10 de Junho. Marcelo quer começar na África do Sul
Presidente da República defendeu um novo modelo de celebrações. E em Londres, elogiou papel dos emigrantes portugueses.
“Este ano o Reino Unido pesou muito: Trata-se de uma comunidade muito jovem [portuguesa], que cresceu muito rapidamente e que tem aspetos muito diferentes de outras comunidades espalhadas pelo mundo.”
OPresidente da República adiantou ontem que as comemorações do Dia de Portugal, em 2023, deverão ter um modelo diferente, começando na África do Sul e só depois com iniciativas tendo como palco o território nacional.
Este novo esquema do modelo de comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi transmitido aos jornalistas por Marcelo Rebelo de Sousa no final de uma vista ao Royal Brompton Hospital de Londres, onde trabalham 116 enfermeiros e médicos portugueses.
Tendo ao seu lado o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e o secretário de Estado da Cooperação e das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafofo, o Presidente da República fez a seguinte revelação: “Está na minha ideia, embora ainda sujeita a confirmação, para o ano ir se for possível à África do Sul”.
“E, porventura, até fazer inverter a ordem: Começar a celebrar o Dia de Portugal fora e depois estar no dia 10 de Junho em Portugal”, indicou. De acordo com o chefe de Estado, o modelo de comemorações primeiro em Portugal e depois noutro continente consegue funcionar tirando partido de certas diferenças de fuso horário.
“Mas é muito difícil ir a longa distância e ainda chegar no dia 10 de Junho, quando a deslocação é para leste, ou quando se vai não muito para leste mas com viagem muito longa”, explicou.
Interrogado sobre as razões da escolha de Londres para as comemorações de 2022, o chefe de Estado referiu que estava pendente a ideia da África do Sul, que “era para ter sido em 2020, mas que não foi possível por causa da pandemia” de covid-19. E em 2021 o mesmo aconteceu.
“Este ano, o Reino Unido pesou muito por várias circunstâncias: Trata-se de uma comunidade muito jovem [portuguesa], que cresceu muito rapidamente e que tem aspetos muito diferentes de outras comunidades espalhadas pelo mundo; Portugal tem um laço com o Reino Unido que não é só histórico, mas também atual”, justificou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República sustentou que é muito importante que Portugal faça “a ponte entre a União Europeia e o Reino Unido”. “Temos condições para fazer essa ponte como poucos têm. E aqui ponte através dos portugueses que cá estão. Não é só ponte política”, observou. Neste contexto, referiu-se depois à atual conjuntura, assinalando que se vive “um momento em que Portugal e o Reino Unido são aliados perante a situação internacional e num momento em que há um interesse efetivo britânico de investir em Portugal, em redescobrir Portugal”.
Na visita ao hospital, Marcelo elogiou os profissionais de saúde portugueses a trabalhar no Reino Unido e manifestou a esperança de voltar a vê-los a exercer em Portugal. E na a Escola Anglo-Portuguesa de Londres e elogiou o ensino bilíngue das crianças lusófonas no Reino Unido, considerando que essa é a via indispensável para serem “importantes no futuro”.