Recurso ao privado e vagas por preencher
Grávidas em Lisboa podem ser encaminhadas para privados
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) admite a hipótese de recorrer ao setor privado para atenuar o problema da falta de médicos que está a causar constrangimentos nos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia dos hospitais públicos da região. Em entrevista à RTP, o presidente da ARSLVT, Luís Pisco, explicou que os responsáveis dos hospitais privados “manifestaram total abertura” para, “em complementaridade com o SNS, poder haver um acordo de colaboração”. A ARS está já a “trabalhar” num acordo para regular esta colaboração, acrescentou.
Braga perdeu cinco obstetras desde outubro
O Hospital de Braga registou, desde outubro de 2021, a saída, por aposentação ou rescisão, de cinco médicos obstetras, não tendo registado nenhuma entrada, disse à Lusa fonte da administração. Segundo a fonte, o hospital tem “sinalizada a necessidade de contratação de médicos daquela especialidade, não tendo o número de recém-especialistas acompanhado esta necessidade”. O hospital ainda não tem assegurado o funcionamento do serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia na sexta-feira e no domingo.
OM diz que serão precisas 43 novas vagas/ano até 2032
A Ordem dos Médicos (OM) estima que seja preciso abrir uma média anual de 43 vagas de ginecologia e obstetrícia nos próximos 10 anos para compensar o défice de postos registados até 2018. Só para manter os serviços equilibrados, seria necessário abrir 29 vagas/ano em ginecologia e obstetrícia. Estas estimativas, segundo a OM, estão sujeitas “a majoração ou minoração de 20% de acordo com a complexidade dos serviços” e os valores estão igualmente sujeitos a correções tendo em conta eventuais picos de saída de especialistas. Segundo a OM, dos 1871 ginecologistas inscritos, mais de metade estão a trabalhar no privado (897 no SNS). Além disso, 46% dos ginecologistas têm 55 anos ou mais, ou seja, não estão obrigados a fazer urgências.