A retoma do turismo e os sinais de alarme
Sem surpresa, com o desconfinamento generalizado o consumo e a oferta de droga na União Europeia voltaram a aumentar, sendo que os principais mercados de tráfico também estão tendencialmente a mudar, transferindo-se de plataformas mais obscuras na (mais monitorizadas pelas autoridades policiais) para outras de maior alcance, como são as redes sociais e aplicações de mensagens instantâneas. Os dados constam do último relatório do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência, conhecido na terça-feira, onde se constata ainda, por exemplo, que a droga mais consumida continua a ser a canábis (79 milhões de europeus admitem que o fazem ou fizeram), a qual é apresentada num número cada vez maior de produtos, que vão desde extratos a artigos comestíveis (alguns com níveis de THC muito elevados, logo mais perigosos). A produção de drogas sintéticas da Europa, tendo sido observado recentemente o envolvimento de grupos criminosos mexicanos, e os indicadores sobre o aumento do consumo de cocaína na forma de principalmente em comunidades mais vulneráveis, são duas das tendências atuais que mais preocupam as autoridades.
A recuperação do turismo, setor vital para a economia portuguesa, está a acontecer mais rápido do que se esperava, sobretudo à conta do mercado interno. Os números de abril, revelados quarta-feira pelo INE, são, pela primeira vez desde o início da pandemia, superiores aos registados em 2019, que foi o melhor ano de sempre no país. Houve mais hóspedes (2,4 milhões), mais dormidas (6 milhões) e mais receita (389,2 milhões de euros de proveitos totais nas unidades de alojamento turístico, fruto não só do aumento de dormidas mas também da subida de preços). Seria tudo uma boa notícia não fossem as tristes imagens de impreparação que chegam dos aeroportos, onde a falta de agentes no SEF obriga a longas horas de espera para quem tenta passar o controlo de fronteiras e onde a sangria da reestruturação na TAP acentuou a degradação dos serviços prestados pela companhia aérea, ao mesmo tempo que o governo continua a adiar a (cada vez mais) urgente decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa...