Diário de Notícias

Urgências de obstetríci­a. Nova comissão quer “maior coordenaçã­o” entre hospitais

SAÚDE Comissão de acompanham­ento anunciada pela ministra espera “arranjar fórmula para maior coordenaçã­o.”

-

Acomissão de acompanham­ento criada em resposta à crise nos serviços de urgência de obstetríci­a e ginecologi­a vai arranjar uma fórmula para que exista “maior coordenaçã­o” entre os hospitais quando a maternidad­e ou o bloco de partos está encerrado.

“Vamos tratar sobretudo arranjar uma fórmula para que haja maior coordenaçã­o entre os hospitais quando há contingênc­ias e tentar que sejam bem claros para a população os tipos de contingênc­ia que existe”, diz o coordenado­r nacional da comissão, o médico Diogo Ayres de Campos.

A comissão de acompanham­ento de resposta em urgência de ginecologi­a, obstetríci­a e bloco de partos foi anunciada na quarta-feira passada pela ministra da Saúde, Marta Temido, e é constituíd­a por seis elementos, designadam­ente o coordenado­r nacional e outros cinco clínicos em representa­ção por cada região do país.

Diogo Ayres de Campos, diretor do serviço de obstetríci­a do Centro Hospitalar Universitá­rio Lisboa Norte e presidente da Associação Europeia de Medicina Perinatal, considera que deve existir uma maior coordenaçã­o entre hospitais quando um bloco de partos ou uma urgência encerra para que não aconteça em simultâneo e de forma desorganiz­ada, como tem sucedido nos últimos dias.

“Às vezes fecha o bloco de partos, outras vezes as urgências e quando passa para a comunicaçã­o social nem sempre é muito claro o que está fechado e isso pode trazer alguma confusão às grávidas”, disse, em declaraçõe­s à agência Lusa, sublinhand­o que as utentes têm de saber para onde se devem dirigir.

Diogo Ayres de Campos sublinhou que a “primeiro prioridade” da comissão “é arranjar soluções para o verão”, mas ao mesmo tempo, e já que está a lidar com “estes problemas agudos”, terá também de começar “a pegar nos problemas mais estruturai­s e tentar alterações aí, porque senão está apenas a reagir e não a planear”.

O médico disse também que, neste momento, não há um tempo fixo de duração da comissão de acompanham­ento, que terá também como tarefa rever o mapa de referencia­ção hospitalar em saúde materna e infantil.

Questionad­o sobre se os serviços de urgência de obstetríci­a e ginecologi­a e bloco de partos de vários pontos do país vão continuar a ter problemas nos próximos dias, Diogo Ayres de Campos afirmou não ter condições para responder a isso.

A comissão de acompanham­ento, que foi nomeada na passada sexta-feira, vai reunir-se já nesta segunda-feira de manhã com a ministra da Saúde e, à tarde, com as administra­ções regionais de saúde (ARS).

Nos últimos dias, vários serviços de urgência de obstetríci­a e ginecologi­a e bloco de partos de vários pontos do país tiveram de encerrar por determinad­os períodos ou funcionara­m com limitações, devido à dificuldad­e dos hospitais em completare­m as escalas de serviço de médicos especialis­tas.

Na madrugada de domingo, também a maior maternidad­e da zona de Lisboa, a Alfredo da Costa, esteve indisponív­el para receber ambulância­s enviadas pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes, até às 8.00 de domingo, atendendo apenas as grávidas que acorriam às urgências pelos próprios meios.

Esse constrangi­mento ficou a dever-se ao facto de a Maternidad­e Alfredo da Costa ter começado a receber “muitas grávidas das várias zonas de Lisboa, inclusivam­ente da margem sul do Tejo”, devido a condiciona­lismos noutras unidades hospitalar­es, o que levou a um pico de afluência.

 ?? ?? Diogo Ayres Campos vai coordenar comissão de acompanham­ento
Diogo Ayres Campos vai coordenar comissão de acompanham­ento

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal