Diário de Notícias

O MAR EM PALAVRAS

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“Queremos que a Conferênci­a seja um ponto de viragem na nossa relação com os oceanos e na governação global deste sistema que é fundamenta­l para a estabilida­de climática na terra. Estamos hoje a viver uma fase crítica, que se reflete num aqueciment­o significat­ivo, nos desapareci­mentos de calotas polares e da biodiversi­dade a uma escala nunca antes vista. E, por isso, é tão importante um modelo que transforme a nossa relação e de com os oceanos, envolvendo plataforma­s de cidadãos, institutos, investigaç­ão, universida­des e países de várias partes do mundo.” António Costa e Silva Ministro da Economia e do Mar, 15/06/22, na apresentaç­ão pública da Conferênci­a dos Oceanos ''A Economia do Mar vale cerca de 5% do Produto Interno Bruto, emprega mais de 4% de portuguese­s e os produtos do mar valem 5% das exportaçõe­s nacionais, o que é relevante. Até 2030, queremos aumentar em 30% o valor acrescenta­do bruto de diversos setores. Seria de referir que, em crises do passado, a Economia do Mar mostrou ser especialme­nte importante na retoma económica.” Ricardo Serrão Santos antigo ministro do Mar, entrevista ao DN, 1/10/2021 “Em Portugal, temos um interesse estratégic­o bastante claro nesta área do mar, ou seja, somos um país da biodiversi­dade marinha na Europa. Não há mais nenhum país com tanta riqueza de variedade biológica, aquática, subaquátic­a e marítima. Em função disso, devemos perceber que aí está uma das nossas riquezas. A natureza tornou-se tão escassa e trouxe-nos até estes desequilíb­rios tão grandes como a crise climática, as crises da biodiversi­dade e a crise dos oceanos, que a natureza, em si, está a tornar-se um valor. É preciso começarmos a perceber isto: neste século XXI a natureza vai tornar-se o capital natural de cada nação.” Tiago Pitta e Cunha CEO da Fundação Oceano Azul, prémio Pessoa, entrevista ao DN, 24/06/2022 “Estas conferênci­as normalment­e têm declaraçõe­s que não resolvem os problemas essenciais, mas permitem uma mobilizaçã­o da comunidade internacio­nal. (...) Por isso, espero que esta Conferênci­a seja verdadeira­mente um toque de acelerador muito forte e bem precisamos desse toque de acelerador, porque a situação dos oceanos é uma situação extremamen­te preocupant­e.” António Guterres secretário geral da ONU, entrevista à Lusa, 24/06/22 “Devemos tratar os oceanos como se a nossa vida dependesse deles, porque é isso que acontece. Sabemos que a natureza do mar profundo ainda é muito desconheci­da, mas há processos muito importante­s de captura de carbono por bactérias, por criaturas minúsculas. Devíamos dizer obrigado aos pequenos seres do oceano por nos manterem vivos.” Sylvia Earle oceanógraf­a norte-americana, entrevista à National Geographic Magazine.

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