Diário de Notícias

PORTO DE MÓS

Uma professora do ensino especial colocou mãos à obra e convenceu a comunidade a usar o símbolo da terra para fazer um painel gigante com galos de papel. O objetivo é entrar para o livro dos recordes.

- TEXTO PAULA SOFIA LUZ

Uma escola do Concelho de Porto de Mós está a tentar entrar no Guinness através de um painel gigante, usando o símbolo da aldeia de Serro Ventoso – o galo – feito em papel. A particular­idade é que a maioria dos recortes foram feitos pelos alunos com necessidad­es educativas especiais.

A ideia partiu da professora­Vânia Soares, que regressou ao agrupament­o de escolas de Porto de Mós, onde já estivera em 2007, logo no início de carreira. Quando a diretora, Olímpia Rosa, entrou na sala uma manhã a pedir sugestões para a Semana da Educação – que iria realizar-se em Serro Ventoso (uma das freguesias do concelho de Porto de Mós) –,Vânia quis saber o que significav­a, afinal, a terra para as suas gentes.

O galo é um símbolo da localidade. “Atrás de mim tinha uma impressora com restos de papel. Olhei para aquilo e pensei que seria uma forma de reutilizar, maximizar o desperdíci­o, os nossos recursos, promovendo a reciclagem. Atirei a ideia para o ar: porque não pegar no símbolo do galo e fazê-lo numa base, em cartão, com o rasgar, com o corte, envolvendo os miúdos?” As colegas olharam-na com alguma renitência. “Então faz um”, desafiaram. E Vânia fez. O grupo percebeu que seria bom para as crianças, uma forma de darem asas à criativida­de. “São meninos desde o pré-escolar até ao 6.º ano, por isso têm entre os três e os 12 anos de idade. Nem todos têm necessidad­es específica­s”, conta a professora, que de repente se viu envolta numa aventura que não imaginava, em que acabaram por participar todos os 1900 alunos do agrupament­o, e todos os professore­s. Mas não só.

O projeto começou a evoluir. A construção desse painel gigante em suporte de cartão com papel reciclado foi um acontecime­nto na terra. “O presidente da junta disponibil­izou logo uma carrinha para transporta­r os meninos e o que fosse preciso. E acabámos por integrar esta atividade nos dias 31 de maio, 1 e 2 de junho, aliando ainda o Dia Mundial da Criança”, conta ao DN a professora­Vânia Soares.

Para realizar a atividade, a escola envolveu toda a comunidade escolar: alunos, professore­s, assistente­s operaciona­is, “sem esquecer os pais, que ofereceram cartão, papel, imenso material” para que fosse possível “concretiza­r o objetivo, cortando os galos uniformiza­dos em A4”, sublinha a docente.

Entretanto, feita a inscrição no Guinness – que até agora continua sem resposta – juntou-se também o Município de Porto de Mós, que acabou por oferecer umas T-shirts alusivas à efeméride. “Com poucos recursos financeiro­s provámos que é possível fazer uma atividade como esta. Usámos o que tínhamos, os

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