Ataque com mísseis contra centro comercial gera condenação internacional
Guterres criticou ato “deplorável” e Boris Johnson a “crueldade e barbárie” de Putin. Pelo menos 11 mortos e 50 feridos.
Pelo menos 11 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas num ataque russo contra um movimentado centro comercial de Kremenchuk, cidade no centro da Ucrânia que alberga a maior refinaria do país. O ataque foi recebido com um coro de críticas internacionais, com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a condenar a ação “deplorável” e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a dizer que este prova a “profundidade da crueldade e barbárie” do presidente russo.
O ataque a meio da tarde causou um enorme incêndio, com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a partilhar um vídeo do edifício em chamas através do Telegram, alegando que mais de mil pessoas estariam no interior. “É impossível sequer imaginar o número de vítimas”, afirmou, numa altura em que os bombeiros ainda combatiam o incêndio.
O governador da região de Poltova, à qual pertence Kremenchuk, denunciou um “crime de guerra”, falando de um “ato de terrorismo contra civis”, temendo que o número de vítimas mortais possa vir a aumentar. Segundo a Reuters, que cita o comando da Força Aérea ucraniana, o centro comercial terá sido atingido por dois mísseis de longo alcance X-22, disparados a partir de dois bombardeiros Tu-22M3 que voaram desde o aeródromo de Shaykovka, na região russa de Kaluga. A Rússia não reagiu, mas tem sempre negado atacar alvos civis na Ucrânia.
“O mundo está horrorizado pelo ataque russo com mísseis de hoje [ontem], que atingiu um movimentado centro comercial ucraniano”, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, indicando que os EUA vão “continuar a apoiar a Ucrânia” e a garantir que a Rússia será responsabilizada pelas suas ações.