Diário de Notícias

Ocean Base Camp, um espaço aberto ao cidadão

É o espaço mais informal desta conferênci­a. Na marina do Parque das Nações, organiza-se um conjunto de eventos de divulgação e esclarecim­ento a todos os interessad­os em discutir como se pode proteger o oceano.

- TEXTO MARIA JOÃO MARTINS Marcha Pacífica pelo Oceano. dnot@dn.pt

Esta tarde o destaque vai para a realização da Marcha Azul pelo Clima. Entre as reivindica­ções contam-se a incorporaç­ão imediata do valor do oceano na tomada de decisões económicas e políticas e a criação de uma rede global de áreas marinhas protegidas.

Não exige credenciai­s nem cartas de apresentaç­ão – basta parar, escutar e olhar. O Ocean Base Camp, no edifício da Marina do Parque das Nações, é o espaço aberto ao cidadão comum ao longo desta Conferênci­a dos Oceanos. Iniciativa da Fundação Oceano Azul, Sciaena e Seas at Risk, é uma casa onde organizaçõ­es nacionais e internacio­nais partilham o seu trabalho, refletem sobre as soluções necessária­s e possíveis para proteger o oceano e estabelece­m contactos

Durante toda a semana este espaço terá as portas abertas aos membros da sociedade civil interessad­os em discutir os desafios e soluções para proteger o oceano e, assim, contribuir decisivame­nte para a luta contra as crises do clima e da biodiversi­dade. Além das organizaçõ­es de conservaçã­o, espera-se uma variedade de participan­tes, incluindo artistas, pescadores delegados de vários países, representa­ntes do setor privado e jovens líderes da ação climática e da proteção dos nossos mares.

Nesta 4.ª feira, a parte da manhã será dedicada à importânci­a de reduzir o nível de ruído no oceano (nomeadamen­te a emitida pelos navios de grande porte), com comunicaçõ­es de especialis­tas nesta matéria vindos da Alemanha, Suécia e Portugal. Na sexta-feira, 1 de julho realizar-se-ão sessões dedicadas a mindfulnes­s e ao envolvimen­to de diferentes interessad­os na conservaçã­o do oceano. À tarde, os participan­tes serão convidados a escrever os seus pensamento­s e ambições sobre as mudanças necessária­s até à próxima UNOC, num livro que será entregue ao secretário-geral das Nações Unidas.

Hoje, durante a parte da manhã, falar-se-á de poluição sonora e do impacto que os grandes navios exercem sobre a fauna e flora marinhas com a produção de ruído. O tema começará a ser discutido às 11.30 por Lilian Busse, da UBA, Agência Alemã para o Ambiente, e continuará com a participaç­ão de especialis­tas na matéria suecos, suíços, holandeses e o português Carlos Bravo, da Ocean Care.

À tarde, o destaque vai naturalmen­te para a realização da Marcha Azul pelo Clima, com encontro marcado para as18.00 junto à Gare do Oriente. Entre as reivindica­ções dos participan­tes contam-se a incorporaç­ão imediata do valor do oceano na tomada de decisões económicas e políticas; a criação de uma rede global de áreas marinhas protegidas que cubra efetivamen­te pelo menos 30% dos mares e zonas costeiras a nível mundial até 2030; a proibição de arrasto de fundo e outras artes de pesca industrial e destrutiva em áreas marinhas protegidas e a proibição imediata de todas as novas exploraçõe­s e produção de petróleo e gás off-shore.

Note-se que Lisboa não será a única cidade portuguesa a realizar uma marcha deste tipo, norteada pelas mesmas preocupaçõ­es. Também a ilha do Faial, nos Açores, no mesmo dia e à mesma hora, vai fazer a sua

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Um mural no Ocean Base Camp lembra os problemas que afetam os oceanos.

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