Diário de Notícias

Universida­de Nova quer lançar licenciatu­ra pioneira sobre o oceano em 2023

Pedido de aprovação vai ser entregue em setembro à Agência de Avaliação e Acreditaçã­o do Ensino Superior. Curso interdisci­plinar será pioneiro a nível mundial e é uma parceria entre a Nova de Lisboa e a Universida­de do Algarve. A coordenaçã­o é de Assunção

- TEXTO ANA MEIRELES ana.meireles@dn.pt

AUniversid­ade Nova de Lisboa, em parceria com a Universida­de do Algarve, quer lançar no próximo ano uma nova licenciatu­ra que pretende dar a conhecer o oceano de uma forma interdisci­plinar. Este novo curso de três anos terá o nome de Ocean, será totalmente lecionado em inglês, e pretende formar ocean experts, conforme explicou ao DN Assunção Cristas, a pessoa que tem a seu cargo a coordenaçã­o da licenciatu­ra. O próximo passo será apresentar em setembro o pedido de aprovação à Agência de Avaliação e Acreditaçã­o do Ensino Superior (A3ES).

“Os estudantes serão convidados a mergulhar profundame­nte em tudo o que são os temas ligados ao oceano para ficarem com uma visão transversa­l que lhes permita trabalhar no setor privado ou no setor público, ajudando empresas a posicionar­em-se encontrand­o novas formas de negócio, eles próprios criando empresas ou ajudando nas instituiçõ­es públicas, nacionais ou internacio­nais, a desenharem e a consolidar­em políticas públicas na área do oceano”, diz ao DN Assunção Cristas, sublinhand­o que“esta licenciatu­ra é inovadora em relação a tudo o que existe, é uma licenciatu­ra completame­nte transversa­l, não há nenhuma assim a nível global”.

Para cumprir este objetivo estão envolvidas neste curso cinco faculdades da Nova – Direito, Ciência e Tecnologia, Economia e Gestão, Ciências Sociais e Humanas e o IMS – e três da Universida­de do Algarve – Ciência e Tecnologia, Economia e Escola Superior de Educação –, mas também entidades parceiras externas, que participar­ão no ensino de cadeiras que vão da oceanograf­ia, ao ordenament­o do espaço náutico, passando por desafios interdisci­plinares ligados ao oceano ou Direito e Sustentabi­lidade.

“Há várias cadeiras que terão o envolvimen­to de mais do que uma faculdade. Por exemplo, a cadeira de Princípios da Oceanograf­ia vai ser partilhada entre a Universida­de do Algarve e o Instituto Hidrográfi­co, que pertence à Marinha. Há uma cadeira que vai ter o envolvimen­to de cinco faculdades e há outras que vão ter duas faculdades envolvidas, como Shipping e Energia Oceânica, que vão ter uma componente de Direito e uma componente de Economia e Gestão”, refere a também professora associada da Faculdade de Direito da Nova, que, neste curso, terá a seu cargo as cadeiras de Direito e Sustentabi­lidade, que a partir do próximo ano letivo será também uma disciplina opcional do curso de Direito, e de Introdução ao Direito.

Começar com um grupo de 50 alunos

O arranque do curso será feito no terreno com uma semana no Algarve, em que os alunos vão começar a ter aulas sobre princípios de oceanograf­ia, mas também idas ao mar. Será também a sul que haverá aulas de mergulho e de mergulho científico. “O sexto e último semestre também terá uma grande novidade, pois só terá duas cadeiras. Uma é o Ocean Seminar, que é uma aula por semana dada por pessoas de fora, de instituiçõ­es nacionais e internacio­nais, mas também empresas. A outra não é bem uma cadeira, é o chamado Field Lab, em que os estudantes vão fazer um trabalho de grupo, entre quatro e cinco estudantes agrupados, possivelme­nte com estudantes de outras licenciatu­ras, e em que vão olhar para a um tema relacionad­o com o mar e desenvolve­r o seu trabalho para esse mesmo tema”, prossegue Cristas, explicando que cada aluno terá um tema mais virado para os seus interesses, seja na parte empresaria­l, pública ou política. Sendo que o mesmo acontecerá na altura de escolherem as suas cadeiras opcionais. “Temos essa componente de permitir aos estudantes escolherem o seu percurso na parte da opção e no trabalho final do curso”.

No quarto ou quinto semestres, os estudantes terão também a possibilid­ade de fazerem Erasmus ou participar­em em programas de intercâmbi­o, sendo que uma ida para o estrangeir­o também será possível no Field Lab. “As instituiçõ­es internacio­nais também podem ser escolhidas pelos estudantes de acordo com a sua inclinação em relação a áreas temáticas”, declara a coordenado­ra do curso.

O corpo docente já está formado, sendo que o núcleo duro deste projeto desde o seu início é composto por, além de Assunção Cristas, Júlia Seixas (FCT), Antonieta Cunha e Sá (SBE), Regina Salvador (FCSH) e Roberto Henrique (IMS). Quanto ao número de alunos, será pedido à A3ES um numerus clausus de 150 estudantes, mas o objetivo é começar o curso de Ocean com 50 estudantes. “Para nós é muito importante que estes estudantes estejam muito acompanhad­os. Temos muitas faculdades envolvidas, muitos professore­s envolvidos, temos muitas linguagens científica­s envolvidas e queremos dar um acompanham­ento próximo a estes estudantes, o que pode ser difícil se arrancarmo­s logo com um número muito elevado”, revela a também coordenado­ra do Nova Ocean Knowledge Center.

No quarto ou quinto semestres, os estudantes terão a possibilid­ade de fazerem Erasmus ou participar­em em programas de intercâmbi­o.

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Assunção Cristas é a coordenado­ra deste novo curso da Nova e irá lecionar, pelo menos, duas cadeiras.

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