Diário de Notícias

Partygate. Comissão pede testemunha­s

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A comissão parlamenta­r que vai investigar se o primeiro-ministro britânico mentiu aos deputados sobre o apelou ontem a testemunha­s, prometendo que estas podem ficar anónimas. A ideia é encorajar os funcionári­os do número 10 de Downing Street a revelar o que podem ter ouvido de Boris Johnson sobre as festas ilegais durante o confinamen­to da covid-19. A comissão, que teve ontem a primeira reunião, elegeu a deputada e ex-número dois do Harriet Harman, como líder. As audiências retomam no outono.

Oprimeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, anunciou que não vai ser candidato às próximas eleições, mas deixou claro que continuará a servir o país, que apelidou de “o amor da minha vida”. O anúncio foi feito horas antes da esperada dissolução do Parlamento, que levará à convocação de novas legislativ­as em finais de outubro ou inícios de novembro – as quintas em menos de quatro anos em Israel. Ao abrigo do acordo de coligação, a chefia do governo será assumida de forma interina até à formação do próximo Executivo pelo até agora chefe da diplomacia, Yair Lapid.

Num discurso de despedida no Knesset, Bennet defendeu um governo alargado que possa representa­r todos os israelitas. “Só juntos vamos vencer.Vamos respeitar-nos uns aos outros em vez de nos odiarmos”, acrescento­u, dizendo que a sua coligação “fez mais do que outros governos num mandato completo”. Bennett indicou que a atual ministra do Interior e número dois do partido, Ayelet Shaked, irá assumir a liderança do Yamina quando ele se demitir.

Bennett e Lapid, do partido centrista Yesh Atid, chegaram em junho de 2021 a um acordo para a formação de um governo de coligação de oito partidos, que incluiu, pela primeira vez, uma formação árabe, com o objetivo de afastar Benjamin Netanyahu, que estava há 12 anos consecutiv­os do poder. Mas um ano depois, a coligação perdeu a maioria e tornou-se necessário voltar a convocar eleições.

O acordo de coligação previa uma divisão de poder entre Bennett e Lapid, que deveria assumir a chefia do governo na segunda metade do mandato ou de forma imediata em caso de dissolução do Parlamento (até à formação de um novo Executivo). “Meu irmão Naftali, obrigado, em meu nome e no nome de todo o povo de Israel”, escreveu Lapid ontem no Twitter.

As eleições antecipada­s representa­m uma nova oportunida­de para Netanyahu, que continua a ser julgado por acusações de corrupção (que nega). Mas o seu Likud, de direita, poderá voltar a ter problemas para conseguir uma maioria, mesmo com o apoio dos ultranacio­nalistas e dos partidos ultraortod­oxos. Uma sondagem do canal de notícias N12, feita já depois do anúncio de Bennett, dava ao Likud 34 dos 120 lugares do Knesset – uma melhoria em relação aos 29 que detém. O Yesh Atid de Lapid deverá conseguir 20, mais três do que os atuais 17. O Yamina, que tinha eleito sete deputados nas últimas eleições, mas agora já só tinha quatro, poderá eleger cinco.

O Partido Sionista Religioso surge nesta sondagem também com nove deputados (tinha seis), enquanto o Shas elegeria oito (tinha nove). O Judaísmo Unido da Torá conseguiri­a os mesmos sete lugares que tem agora, enquanto a Lista Conjunta manteria os seis. O Partido Trabalhist­a e o Yisrael Beytenu ganhariam cada um cinco – ambos tinham agora sete. O partido árabe Ra’am, o Meretz e o Nova Esperança teriam quatro deputados cada, uma perda de dois no caso dos dois últimos partidos.

Feitas as contas, o bloco de apoio a Netanyahu teria 58 lugares sem o Yamina (que no passado o apoiou) e 63 com o seu apoio. Já o bloco contra Netanyahu, sem a Lista Conjunta, teria 56 deputados, com o Yamina, e 51 sem este partido.

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