Alunos russos vão aprender a matar com granadas e Kalashnikovs
Intenções anunciadas no ano passado vão mesmo acontecer: os alunos russos vão ter treino militar no Ensino Secundário e Superior. Pentágono pode autorizar envio de F-16 para Kiev.
Onovo programa escolar do Ensino Secundário russo, que deverá começar a 1 de setembro deste ano, passará a incluir – garantem os Serviços Secretos Militares britânicos, que dizem ter tido acesso detalhado aos planos, anunciados em novembro, do Ministério russo da Educação –“treino com armas de assalto da série AK e granadas de mão, exercícios militares básicos, uso de equipamento de proteção pessoal e saudações militares”.
É, dizem os britânicos, uma “evocação da União Soviética” e um regresso a um programa escolar que tinha terminado em 1993. O módulo militar é semelhante ao já anunciado também para os estudantes do Ensino Superior. Em novembro, o ministro da Educação da Rússia tinha garantido que os alunos russos voltariam a ter treino militar nas escolas a partir de setembro de 2023. Nessa altura, os britânicos afirmaram que o módulo militar ensinaria a disparar uma Kalashnikov, primeiros socorros e a saber o que fazer em caso de ataque químico ou nuclear.
Pentágono pressionado?
O site Politico garante que sim. A notícia refere, citando fontes sob anonimato, que um “contingente de oficiais militares está discretamente a pressionar o Pentágono para que aprove o envio de caças F-16 para a Ucrânia”.
O objetivo é conseguir travar mais eficazmente os ataques de mísseis e drones russos agora que já foi aprovado o envio dos cerca de 100 tanques pesados Leopard 2, de fabrico alemão, e os Abrams, de fabrico norte-americano, juntamente com os veículos Bradley e Marder prometidos e os Patriot.
Se, como dizem as fontes citadas, a Ucrânia se prepara para uma nova ofensiva, na primavera, para reconquistar território, o envio dos aviões de combate F-16 será “essencial”, para além de mais 300 a 400 tanques.
No sábado, Mykhailo Podolyak, assessor de Zelensky, garantia haver conversações entre os aliados ocidentais para acelerar a entrega de mísseis de longo alcance e de aeronaves militares, mas, sublinhou também, que alguns dos parceiros ocidentais da Ucrânia mantinham uma atitude “conservadora” em relação à entrega destas armas, “devido ao medo de mudanças na arquitetura internacional”.
Não fechar as portas
O chanceler alemão Olaf Scholz disse ontem que quer manter aberta a linha de comunicação com o presidente russo Vladimir Putin. Em declarações ao jornal alemão Tagesspiegel de Berlim, Scholz disse que iria “voltar a falar ao telefone com Putin, porque é necessário [falar]uns com os outros”.
As conversações tidas até ao momento, garante o chanceler alemão, não são em “tom indelicado”, mas Putin mantém a posição “inaceitável” de incorporar à força partes da Ucrânia na Rússia.
Scholz acrescentou que nessas conversas se discutem também problemas específicos, tais como a exportação de cereais ucranianos ou a segurança da central nuclear de Zaporíjia, apesar de regressarem “sempre à questão central” da guerra e de como sair da atual situação. Para Scholz, cabe a Putin retirar as tropas da Ucrânia e pôr fim a uma guerra “terrivelmente absurda” que já destruiu “centenas de milhares de vidas”.