Diário de Notícias

“Temosumgra­ndedisco, um dos melhores da Ala dos Namorados, com músicas que correspond­em a uma Lisboa hoje ainda mais mestiça, feito com o mesmo rigor de sempre.”

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gação astral favorável, numa fase de vida diferente para todos nós”, afirma João Gil, que abandonou o grupo em 2006, para se dedicar a projetos como a Filarmónic­a Gil ou O Baile Popular.

“Não saí por antagonism­o, mas para iniciar outro ciclo, que entretanto se cumpriu”, explica o músico, que ainda “antes da pandemia chegar” se reuniu com os antigos companheir­os de banda Manuel Paulo e Nuno Guerreiro, para avaliar a possibilid­ade de um eventual regresso. “O Manuel Paulo decidiu, por vontade dele, não nos acompanhar, mas foi algo, novamente, sem qualquer antagonism­o. Desejo-lhe as maiores felicidade­s, porque gostamos muito um do outro e continuamo­s a ser amigos, mas agora vamos nós continuar com isto”, adianta, com a garantia de que “o objetivo passa por criar novos horizontes” para a banda. “Se fosse só para recordar o que já está feito, teríamos um horizonte temporal muito limitado. Se regressámo­s agora é para criar mais memória de futuro”, sustenta o músico.

Há até um novo disco na calha, “já pronto e edição prevista também para este ano”, mas que será antecedido de alguns singles. “Temos um grande disco, um dos melhores da Ala dos Namorados, com músicas que correspond­em a uma Lisboa hoje ainda mais mestiça, feito com o mesmo rigor de sempre. Ou seja, com um extremo cuidado nos arranjos, nas letras e na composição, baseado no caderno de encargos de nos mantermos sempre fieis aos cânones da música popular e sem nunca perder a mão às referência­s mais urbanas e cosmopolit­as desde o início presentes nesta banda”, sublinha João Gil, que é o autor da maior parte dos novos temas.

Quanto às letras e além, mais uma vez, do próprio João Gil, destacam-se nomes como Mia Couto, José Eduardo Agualusa, Maria do Rosário Pedreira, Zeca Baleiro ou até Fernando Pessoa, por via do heterónimo Álvaro de Campos. “No início procurámos sempre o tal rigor de que falei, portanto agora teremos de estar à altura dele e das expectativ­as do público”, reconhece o artista.

A primeira prova de fogo desta renovada Ala dos Namorados acontece já hoje, no palco do Cineteatro Capitólio, em Lisboa, onde a banda se apresenta aos fãs num ensaio aberto ao público. “À entrada vamos dar uma folha a cada uma das pessoas presentes, para no final deixarem as suas observaçõe­s, sugestões ou reclamaçõe­s numa verdadeira caixa de comentário­s, que usaremos para eventualme­nte mudar algumas coisas, antes de partirmos de novo para a estrada. Será um momento para testar e aparafusar o alinhament­o, que não sendo ainda o definitivo, já andará perto disso”, revela.

Entretanto, já têm dois espetáculo­s marcados para as próximas semanas, no Cineteatro Louletano, em Loulé, a 1 de fevereiro, e no Cine-Teatro Garrett, na Póvoa de Varzim, a 14, onde além de reviverem os temas mais conhecidos, serão também já reveladas algumas das canções novas. “Não voltámos para ser apenas uma banda de versões de nós próprios, mas sim para a traçar um novo caminho com os olhos postos no futuro. Estamos encantados com a nova sonoridade e temos uma grande vontade de voltar para o palco. É o que mais queremos neste momento”.

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