Casas à venda no mínimo de 15 anos
Aescassez de oferta de casas para venda é o fator que mais tem contribuído para o aumento dos preços da habitação no país. E o problema tem vindo a agudizar-se. No final do ano passado, contabilizavam-se pouco mais de 47 mil imóveis para venda no mercado nacional, o número mais baixo dos últimos 15 anos.
O total da oferta residencial no país chegava precisamente a 47 200 fogos no último trimestre de 2022, dos quais 17 600 eram novos (37% do total) e 29 600 eram usados (63%). O diagnóstico ao mercado é da Confidencial Imobiliário (CI), que se baseou nos dados do SIR – Sistema de Informação Residencial.
Esta oferta residencial está “em mínimos de cerca de 15 anos”, diz a consultora especializada em dados estatísticos do setor. Em comunicado, realça que “este é o volume trimestral de oferta mais baixo desde meados de 2007 e consolida dois anos de sucessivas reduções na carteira de habitações disponíveis para venda no país”.
Como aponta, “os 47 200 fogos registados no 4.º trimestre de 2022 ficam 25% abaixo dos níveis observados no arranque de 2021, quando se contabilizava um volume de cerca de 63 000 unidades”. As contrações na oferta “refletem uma trajetória persistente”, sublinha a Cl.
Para Ricardo Guimarães, diretor da consultora, “esta falta de oferta estrutural continua a ser uma das principais razões para que o ritmo de valorização se mantenha tão elevado”.
Nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, o problema da escassez de oferta é mais agudo do que no restante território nacional. A Região de Lisboa contava, no último trimestre do ano passado, com 20 700 casas para venda, também um mínimo de 15 anos. No Porto, a oferta ascendia a pouco mais de sete mil casas, neste caso, ao nível de meados de 2019.