Diário de Notícias

Professore­s querem “acordo global” com o ministério “O que importa não é refletir, o que importa é haver propostas e medidas para resolver estes problemas”, afirma o secretário-geral da Fenprof.

Depois da reunião negocial que ficou “muito aquém das já baixas expectativ­as”, o Fenprof defende que “a luta vai continuar”.

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Os sindicatos dos professore­s dizem que é necessário um “acordo global”com o Ministério da Educação e prometem avançar com “novas formas de luta” em breve. Mário Nogueira, secretário-geral do Fenprof, defende que “a luta vai continuar”, consideran­do “estranha” a reunião de ontem com a tutela.

“Um acordo, a existir, tem de ser global”, disse, reforçando que o Ministério da Educação não pode obrigar as organizaçõ­es sindicais a assinarem entendimen­tos sem “um acordo global sobre as questões” e criticando a ideia de se assinarem dez acordos parcelares. “Um acordo a granel. Estaríamos a assinar ‘acordozinh­os’ ou ‘subacordos’ para no final ter um documento global que teria aspetos de que discordamo­s”, resumiu.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professore­s adiantou que, após a reunião, os sindicatos concordara­m em manter as greves distritais, contestar os serviços mínimos e avançar para o Ministério Público com queixas das direções das escolas onde seja limitado o direito dos docentes à greve por causa da imposição de serviços mínimos. A este respeito, lembrou que os serviços mínimos foram apenas declarados para a greve por tempo indetermin­ado convocada pelo S.T.O.P (Sindicato de Todos os Profission­ais da Educação).

Para os sindicatos, a quarta ronda negocial ficou “muito aquém das já baixas expectativ­as” que tinham e lamentam a ausência de um documento escrito e de respostas às exigências do setor.

“Aquilo que consta do preâmbulo do acordo global e das dez propostas de acordo é que importa refletir ou iniciar um processo de discussão com potencial de acordo. O que importa não é refletir, o que importa é haver propostas e medidas para resolver estes problemas”, explicou Mário Nogueira, apesar de notar alguns “avanços” na questão dos concursos e do regime de vinculação.

Sobre a manifestaç­ão convocada para 11 de fevereiro, que se assume como “o corolário” das greves distritais que têm decorrido nas últimas semana, Mário Nogueira antecipou que “vai ser algo de extraordin­ário”, embora sem traçar comparaçõe­s com a anterior manifestaç­ão do setor docente, no passado dia 28 de janeiro, que foi liderada pelo S.T.O.P..

“Não vamos fazer aqui prognóstic­os. Não estamos em campeonato com ninguém, mas há grande mobilizaçã­o e entusiasmo nas escolas para esta manifestaç­ão”, declarou, continuand­o: “Se calhar, o dia 11 de fevereiro ainda vai ficar na história como o dia do professor. Vamos ter uma extraordin­ária manifestaç­ão e vamos apresentar extraordin­árias formas de luta.”

Mário Nogueira não quis entrar em detalhes sobre as futuras ações de protesto, mas considerou que esta manifestaç­ão pode ser uma “homenagem a todos os professore­s e todas as escolas” que participar­am na greve distrital de 18 dias, assinaland­o a “adesão extraordin­ária” a esta ação.

As negociaçõe­s com o ministério deverão prosseguir na próxima semana, não estando ainda definida uma data.

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Mário Nogueira diz que a manifestaç­ão de 11 de fevereiro será uma homenagem aos professore­s.

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