Convenção da AD. Presidente do PPM fica de fora e CDS aposta nos históricos
Câmara Pereira é único líder partidário que não aparece no programa do encontro, que hoje começa com Melo e termina com Montenegro.
Onome do presidente do PPM não aparece no programa da Convenção Por Portugal, organizada pela Aliança Democrática (AD), que junta o PSD e o CDS aos monárquicos numa coligação pré-eleitoral para as legislativas de 10 de março. Gonçalo da Câmara Pereira é o único dos líderes dos três partidos que não integra o painel no evento que decorre hoje.
A relação entre as forças políticas da nova AD não começou com o pé direito, pelo menos para o PPM. Depois de sanadas as críticas iniciais que proferiu contra esta coligação, Gonçalo da Câmara Pereira, no início de janeiro, anunciou que afinal iria integrar a AD e garantiu ao DN que o PPM iria influenciar o programa da aliança pré-eleitoral no que diz respeito a “cultura popular” e “desenvolvimento sustentável”.
Gonçalo da Câmara Pereira tinha anunciado a intenção de apresentar junto do Tribunal Constitucional uma queixa contra PSD e CDS por se terem apropriado do nome da coligação que, em 1979, o líder social-democrata de então, Francisco Sá Carneiro, fez com o PPM. A juntar-se a esta intenção, Gonçalo da Câmara Pereira tinha criticado os dirigentes centristas e sociais-democratas, considerando-os “líderes fracos” e sem “visão do que se está a passar no país”. Depois, foi anunciado que o PPM afinal iria juntar-se à AD. Nesse momento, Gonçalo da Câmara Pereira justificou ao DN que as críticas iniciais foram apenas uma
“provocação”. No entanto, é o único dos líderes dos três partidos – PSD, CDS e PPM – cujo nome está ausente do programa.
A Convenção Por Portugal arranca hoje com uma intervenção do presidente do CDS, Nuno Melo, e encerra com as palavra do presidente do PSD, Luís Montenegro. O encontro oferece um elenco centrista que inclui nomes como os do antigo dirigente Paulo Portas ou o da ex-deputada Cecília Meireles. Por parte do PSD, haverá uma intervenção do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e da atual presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza.
Para além das figuras dos dois partidos, entre os oradores estará o pedopsiquiatra Pedro Strecht e o antigo secretário de Estado da Cultura do Governo de Passos Coelho e editor Francisco José Viegas.
Ontem, Nuno Melo reagiu ao líder do Chega, André Ventura, que acusou a AD de admitir a viabilização de um Governo do PS, mesmo que a soma de toda a direita formasse uma maioria nas legislativas. “A AD não viabilizará um Governo de esquerda, em primeiro lugar, porque vencerá as eleições e, em segundo lugar, porque a normalidade desapareceu quando o PS governou tendo perdido as eleições e Pedro Nuno Santos esclareceu que não viabilizará um Governo à sua direita, abrindo as portas a uma geringonça 2.0, que seria um desastre para Portugal”, afirmou Nuno Melo num comunicado.