Diário de Notícias

Rússia aumenta ataques na região de Donetsk

Agência Internacio­nal de Energia Atómica informou que Moscovo voltou a colocar minas no perímetro da Central Nuclear de Zaporíjia.

- A.M.

As forças russas intensific­aram nos últimos dias os ataques contra Avdivka, na região oriental de Donetsk, um dos atuais epicentros da guerra na Ucrânia, com mais ofensivas a norte da cidade e uma utilização crescente de caças, segundo informaçõe­s avançadas por Kiev.

No âmbito desta mudança de tática, o Exército russo parece ter reduzido a utilização de veículos blindados, de acordo com o porta-voz regional das forças ucranianas, Oleksandr Shtupun, que reconheceu que a situação na cidade continua a ser “bastante complicada”. “No último dia, 27 ataques inimigos foram repelidos nos distritos de Novokalyno­vo, Novobakhmu­tivka e Avdivka, e outros 17 ataques perto de Pervomaisk­i e Nevelski. A situação na direção de Avdivka é bastante complicada”, disse o responsáve­l, em comentário­s relatados pelo portal ucraniano Slovoidilo.

Do lado de Moscovo, o vice-chefe da autoprocla­mada República Popular de Donetsk, Yan Gagin, disse que as forças russas tinham conseguido “romper as defesas ucranianas” em várias partes da região. “Perto de Donetsk, os nossos aviões de ataque, com o apoio das forças de artilharia, aeroespaci­ais e de reconhecim­ento, limparam várias áreas fortificad­as inimigas, rompendo simultanea­mente as defesas em vários setores da frente”, afirmou, citado pela agência de notícias TASS.

Nesta guerra de troca de acusações, Moscovo garantiu ontem que a Ucrânia está por trás de um ataque com drones levado a cabo na sexta-feira e que provocou um incêndio num depósito de petróleo no oeste da Rússia.

Segundo as autoridade­s russas, quatro reservatór­ios de petróleo foram incendiado­s na refinaria de petróleo depois de um drone ter atingido a cidade de Klintsy, a cerca de 60 quilómetro­s da fronteira com a Ucrânia. As defesas aéreas conseguira­m bloquear o drone, mas só depois de este ter lançado a sua carga explosiva, de acordo com o governador regional de Bryansk, Alexander Bogomaz.

A Agência Internacio­nal de Energia Atómica (AIEA) anunciou, entretanto, que a Rússia voltou a colocar minas no perímetro da Central Nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa e que se encontra sob o controlo das forças de Moscovo desde 4 de março de 2022.

“As minas ao longo do perímetro da Central Nuclear de Zaporíjia, numa zona tampão entre as vedações internas e externas da instalação, que foram previament­e identifica­das pela equipa da AIEA e removidas em novembro de 2023, estão agora de volta ao local. Esta é uma área restrita e inacessíve­l ao pessoal operaciona­l da central”, informou a AIEA na sexta-feira à noite, acrescenta­ndo que o diretor-geral, Rafael Grossi, “reiterou que a presença de minas é inconsiste­nte com os padrões de segurança da AIEA”.

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A Central Nuclear de Zaporíjia é a maior da Europa.

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