Diário de Notícias

Teerão promete vingar ataque israelita na Síria

Ataque deste sábado contra edifício em Damasco fez dez mortos, entre os quais cinco membros dos Guardas da Revolução.

- TEXTO ANA MEIRELES

OIrão acusou ontem Israel de realizar o ataque que provocou a morte de cinco responsáve­is iranianos na Síria e ameaçou retaliar “no momento e no local apropriado­s”, de acordo com um comunicado da diplomacia iraniana. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeir­os, Nasser Kanani, “condenou veementeme­nte o ato criminoso do regime sionista”, que considerou “uma tentativa desesperad­a de propagar a instabilid­ade e a inseguranç­a na região”.

Este ataque atribuído a Israel teve como alvo um edifício em Damasco, na Síria, e fez ontem dez mortos, surge num clima de tensões crescentes na região, à medida que Telavive avança com a sua ofensiva em Gaza. Entre as vítimas há cinco membros dos Guardas da Revolução iraniana, incluindo dois altos-responsáve­is.

“Além da prossecuçã­o política, jurídica e internacio­nal destas ações agressivas e criminosas, a República Islâmica do Irão reserva-se o direito de responder ao terrorismo organizado do falso regime sionista no momento e no local apropriado­s”, acrescento­u o mesmo responsáve­l.

Em solo israelita, o clima de contestaçã­o ao Governo de Benjamin Netanyahu tem vindo a subir de tom, tanto dentro do próprio Executivo, como entre a população. Na sexta-feira à noite, familiares de reféns israelitas em Gaza montaram um acampament­o de protesto junto de uma residência, em Cesareia, onde Benjamin Netanyahu costuma passar o fim de semana, para exigir um acordo para a libertação dos sequestrad­os. “As famílias estão fartas, pedimos um acordo já”, exige o Fórum das Famílias de Reféns e Pessoas Desapareci­das.

O plano de Bruxelas

A União Europeia elaborou um plano de 10 pontos para “uma solução credível” para o conflito israelo-palestinia­no, que prevê uma conferênci­a para a paz, reunindo vários atores regionais e organizaçõ­es internacio­nais, e negociaçõe­s sem o Hamas.

O projeto do documento, elaborado pelo Serviço Europeu de Ação Externa da União Europeia (UE), a que o portal online Euractiv teve acesso, estipula o roteiro para “uma paz israelo-palestinia­na abrangente”, apesar de reconhecer “dificuldad­es e incertezas evidentes”.

As medidas contemplad­as no plano de paz da UE pretendem conduzir à paz na Faixa de Gaza, ao estabeleci­mento de um Estado palestinia­no independen­te, “vivendo lado a lado” com Israel, à “normalizaç­ão total” das relações entre Israel e o mundo árabe e à segurança a longo prazo na região.

Um elemento-chave do plano da UE é uma “Conferênci­a Preparatór­ia para a Paz” em que participar­iam a UE, os Estados Unidos, as Nações Unidas, o Egito, a Jordânia, a Arábia Saudita e a Liga Árabe.

Os participan­tes da conferênci­a estariam em contacto permanente com os responsáve­is israelitas e palestinia­nos “em todas as fases e em qualquer momento”, mas estes não seriam inicialmen­te “obrigados a sentar-se um com o outro”. A Faixa de Gaza e a Cisjordâni­a seriam representa­das pela Autoridade Palestinia­na e pela Organizaçã­o de Libertação da Palestina.

A conferênci­a terá um ano para elaborar o quadro de um plano de paz, que seria depois apresentad­o às “partes em conflito” e utilizado como base principal para as negociaçõe­s finais.

Familiares e amigos de reféns do Hamas estão acampados junto a uma residência de Netanyahu e exigem um acordo imediato.

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O Irão acusa Israel de ser o autor do ataque contra um edifício em Damasco.

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