Moscovo acusa Kiev de “ato terrorista bárbaro”
Ataque alegadamente levado a cabo pelas forças ucranianas na região ocupada de Donetsk fez pelo menos 25 mortos e 20 feridos.
OMinistério russo dos Negócios Estrangeiros caracterizou ontem como “ato terrorista bárbaro” o ataque atribuído aos ucranianos na região de Donetsk e que causou pelo menos 25 mortos e 20 feridos.
Através de um comunicado, a diplomacia russa indicou que “o regime neonazi em Kiev, apoiado pelos Estados Unidos e pelos seus satélites, cometeu mais uma vez um ato terrorista bárbaro contra a população civil da Rússia”.
Segundo o líder da República Popular de Donetsk, responsável pela entidade territorial incorporada na Rússia, Denis Pushilin, o ataque foi realizado pela artilharia ucraniana com projéteis de calibre 152 e 155mm a partir das direções de Kurajovsky e de Krasnogorovsky.
Os serviços de emergência confirmaram existir duas crianças entre os feridos e alertaram que o número de mortos pode aumentar, uma vez que há muitas vítimas que sofreram ferimentos graves, incluindo “feridas profundas em órgãos vitais e amputações traumáticas de extremidades”.
Este ataque a Donetsk ocorre num momento de intensificação dos combates na frente oriental ucraniana, onde as tropas russas registaram alguns progressos nos últimos dias, de acordo com o think tank norte-americano Instituto de Estudos de Guerra.
Até ao fecho desta edição, Kiev ainda não tinha comentado o ataque e segundo a Associated Press, ainda não foi possível verificar de forma independente as informações transmitidas.
Já as defesas aéreas russas afirmaram ontem ter repelido um grande ataque aéreo ucraniano contra várias posições na Península da Crimeia, que foi incorporada na Rússia, mas que Kiev considera parte do território ucraniano.
Moscovo confirmou o abate de dois drones ucranianos ao largo da costa ocidental da Crimeia, o abate de dois mísseis que se dirigiam para a península quando sobrevoavam a região de Genichesk (na região de Kherson, controlada pela Rússia) e o abate de um “objeto aéreo” sobre as águas ao largo de Sebastopol. Até ao final deste domingo, não havia notícia de vítimas ou danos materiais nestes ataques, afirmaram as autoridades, segundo a Agência TASS.
Do outro lado da barricada, os serviços secretos militares ucranianos reivindicaram ontem a autoria dos ataques contra um terminal de gás russo no Mar Báltico e várias instalações militares em Smolensk, Tula e Oriol.
Segundo fonte daqueles serviços secretos, citada pelo grupo de media RBK, o incêndio que deflagrou no terminal de gás operado pela empresa russa Novatek, em Ust-Luga, foi causado pelo impacto de um drone ucraniano. O terminal fica a 110 quilómetros de São Petersburgo e a cerca de mil quilómetros da fronteira com a Ucrânia.