Sánchez e Feijóo iniciam batalha eleitoral na Galiza
PSOE quer conquistar uma região onde o PP tem saído vencedor nos últimos 34 anos. Eleições realizam-se a 18 de fevereiro.
Amenos de um mês das eleições autonómicas na Galiza, PSOE e PP decidiram mostrar, este fim de semana, como estão empenhados nesta votação ao marcarem para a região eventos partidários com a presença dos seus líderes, Pedro Sánchez e Alberto Feijóo, que aproveitaram a oportunidade para se dirigirem aos galegos, mas também para deixarem mensagens de âmbito nacional.
Na sua intervenção no encerramento da Convenção Política do PSOE na Corunha, Pedro Sánchez mostrou-se confiante de que os socialistas vão conseguir, a 18 de fevereiro, roubar a Xunta ao PP – que governa a região desde 1990, com um hiato entre 2005 e 2009, apesar de ter ganhado as eleições –, dizendo “sentir boas vibrações na Galiza”.
“Acredito que a resposta que o PP tem dado à crise dos pellets é o sintoma de algo mais grave, o esgotamento do projeto político do PP na Galiza. É superado pela má gestão, arrogância e mentiras”, afirmou, referindo-se ao derramamento em dezembro de 26 toneladas de bolas de polímero sintético na costa da Galiza e que provocou uma “maré de plástico”.
Neste sentido, o secretário-geral do PSOE pediu “aos galegos que se mobilizem e votem massivamente, que confiem, que depositem a sua confiança em [ José Ramón Gómez] Besteiro como presidente da Galiza. Essa é a questão, essa é a chave. Quando há baixa participação, o PP governa, e quando há participação massiva, a esquerda governa. Então urnas lotadas e com mudança com certeza”, rematou.
Em Ourense, a sua terra natal, Alberto Feijóo usou o encerramento das jornadas interparlamentar es do PP para sublinhar a necessidade de renovar a maioria absoluta que os populares possuem na Galiza, pedindo aos galegos para “não darem nenhum voto por perdido”. “Se conseguirmos a maioria absoluta, se os galegos derem essa mensagem, deveríamos realizar aqui outra interparlamentar”, começou por dizer o presidente do PP e ex-líder do Governo galego.
“Este Governo vai dizer que os do PP não entendem nada, não entendem a Galiza. Mas no final, quando eles chegam, perguntamo-nos ‘Quem aparece aqui? Quem é o candidato do partido socialista à presidência da Xunta? Ele não é do partido, é do nacionalismo.’ É por isso que a votação deve concentrar-se no presidente [Alfonso] Rueda. O outro é um multipartidário, que não se preocupa com a Galiza. Para o PSOE, as campanhas eleitorais são a época alta da mentira”, disse ainda Feijóo.
Falando a uma escala mais nacional, o líder do PP acusou Pedro Sánchez de ter promovido “o maior retrocesso democrático desde a transição”, sublinhando que “o governo reconheceu que não sabe muito bem o que acordou com o movimento independentista”.
“Somos a garantia dos direitos e da coexistência no nosso país contra o avanço da extrema-direita internacional”, afirmou, por seu turno, Pedro Sánchez. “Em Espanha não temos oposição, há jargões e é por isso que peço daqui a Feijóo que retifique as suas alianças com Santiago Abascal [líder do VOX, de extrema-direita] e abra grandes acordos nacionais em benefício da maioria social. A nossa mão está estendida”, afirmou o secretário-geral do PSOE.
Pedro Sánchez apelou a Alberto Feijóo para que o PP rompa a suas alianças com o VOX e faça acordos de âmbito nacional com o PSOE.