Fenprof quer professores a lutar pela CGA
meio. “Já trabalhei no ensino convencional e prefiro ensinar aqui”, diz, enquanto estamos sentados no espaço equivalente à sala de aula do 1.º ciclo. “Nós aqui temos o cuidado de conhecer os alunos. Há crianças de 8 anos com maturidades diferentes e por isso são diferentes, fazem outro tipo de coisas mesmo tendo a mesma idade”, diz Mónica Antunes.
A Quinta tem recebido, também, crianças de diferentes nacionalidades e, no caso de um aluno russo que chegou, a comunicação foi feita com recurso a aplicações de telemóvel, até que tivesse capacidade de verbalizar e juntar sílabas, por exemplo.
Sendo o ensino adaptável às competências de cada aluno, Daniela Galveias destaca: “Nós temos aqui uma criança que veio do ensino tradicional, era muito fechada, muito tímida. Agora, os pais notam diferença em casa. Começou a conversar muito mais, a falar mais alto. No fundo, começou a ter maior confiança nela própria e, mesmo aqui, começámos a ver isso. Ela, aqui, começou muito fechada, com medo até de colocar dúvidas e agora não. Já é uma criança completamente autónoma e capaz de fazer as suas questões. E os pais sentiram isso. Aliás, foram eles que chegaram ao pé de mim e disseram que realmente já tinham sentido ‘esta diferença, desde que a criança veio para cá’ [em setembro].”
Federação Nacional de Professores (Fenprof) apelou aos docentes impedidos de se reinscreverem na Caixa Geral da Aposentações para que “se dirijam rapidamente aos seus sindicatos” e avancem judicialmente, antes da alteração da lei. Mais de meia centena de professores concentraram-se ontem junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, para exigir a reinscrição na Caixa Geral da Aposentação (CGA), num protesto convocado pela Fenprof. “Temos de apelar aos colegas, aos professores, e a outros trabalhadores para que rapidamente se dirijam aos seus sindicatos e entrem com as ações em tribunal para que a ação tenha uma decisão antes de a lei ser alterada”, apelou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, em declarações aos jornalistas.
“(...) Recebemos uma criança que era muito tímida. E os pais notam diferença em casa. No fundo, começou a ter maior confiança nela própria.” Daniela Galveias Tutora do 1.º ciclo