Dívida total da economia volta a subir
Telecomunicações encarecem 6,4%
Após ter recuado 8,7 mil milhões de euros no décimo mês de 2023, a dívida conjunta das famílias, empresas e Estado retomou a trajetória ascendente em novembro, fixando-se o passivo total da economia em 806,7 mil milhões de euros, mais 1,4 mil milhões face ao mês precedente, segundo os dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados ontem.
Em comparação com o período homólogo, altura em que o endividamento do setor não financeiro apontava para os 795,5 mil milhões de euros, o agravamento registado foi de 1,4% – o que, em termos nominais, reflete um acréscimo de 11,2 mil milhões de euros.
Do total da dívida, 449,5 mil milhões diziam respeito ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 357,2 mil milhões ao setor público (administrações e empresas públicas). Ambos os setores foram responsáveis pelo aumento do endividamento da economia.
Em detalhe, a nota estatística informa que a dívida do setor público cresceu 1,1 mil milhões de euros, “refletindo o incremento do endividamento das empresas, em mil milhões de euros, essencialmente perante o exterior, sob a forma de empréstimos e títulos de dívida de curto prazo”. O passivo das famílias também aumentou, cerca de 100 milhões, principalmente junto do setor financeiro.
Já o setor público viu o seu endividamento total subir 300 milhões de euros em novembro. Este aumento resultou do reforço da dívida junto das administrações públicas, em 2,6 mil milhões, que acabou por ser parcialmente compensado pela redução do endividamento junto do exterior, em 2,2 mil milhões. Tal diminuição, explica o BdP, “foi influenciada pela amortização parcial de empréstimos do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, em 1,5 mil milhões de euros”.
Os preços das telecomunicações em Portugal subiram 6,4% em dezembro em termos homólogos e 0,02% face a novembro, segundo a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom). No mês passado, “os preços das telecomunicações, medidos através do respetivo grupo do Índice de Preços do Consumidor (IPC), aumentaram 0,02% face ao mês anterior, em resultado de alterações de preços de ofertas de banda larga móvel através de PC/tablet/pen/router”, diz o regulador. Em comparação com “o mês homólogo do ano anterior, os preços aumentaram 6,4%, tratando-se de uma variação dos preços superior em cinco pontos percentuais à verificada pelo IPC (1,4%)”, sublinha a Anacom. Já a taxa de variação média dos últimos 12 meses dos preços foi de 4,1%, 0,3 p.p. abaixo da registada pelo IPC (4,3%).