Listas do PS acolhem apoiantes de Carneiro após negociação

Ministro da Administração Interna só aceitou ser cabeça de lista por Braga após Pedro Nuno Santos recuperar excluídos das listas de deputados.

Oministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, só aceitou voltar a ser cabeça de lista do PS pelo Círculo de Braga, tal como em 2022, após uma negociação difícil com Pedro Nuno Santos na tarde de ontem, resultando na recuperação de apoiantes da sua candidatura a secretário-geral do PS que tinham sido excluídos dos candidatos a deputados socialistas.

Um dos casos foi o da deputada Palmira Maciel, que continuará a ser deputada, ficando em segundo lugar por Braga, por ter sido indicada na quota nacional gerida por Pedro Nuno Santos. À hora de fecho desta edição, com a Comissão Política do PS a tratar da aprovação final dos candidatos, além de ter vários apoiantes como cabeças de lista, incluindo Augusto Santos Silva (Fora da Europa), Eurico Brilhante Dias (Leiria), Jamila Madeira (Faro), Paulo Cafôfo (Madeira), Fátima Pinto (Vila Real) e Paulo Pisco (Europa), deveriam continuar ficar em lugar elegível apoiantes de Carneiro como Isabel Oneto (que foi dada como excluída no Porto), Catarina Lobo, José Maria Costa, Pompeu Martins, Vânia Cruz, Berta Nunes, João Azevedo e Marta Freitas.

O mal-estar entre os apoiantes de Carneiro, que obteve 37% dos votos na disputa da sucessão de António Costa na liderança do PS, começou na segunda-feira, aquando da reunião da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS. Nem o facto de a lista ser encabeçada por Mariana Vieira da Silva, indicada por Carneiro – apesar de a ministra da Presidência não ter declarado apoio a ninguém nas eleições internas –, e de ter o seu apoiante declarado Fernando Medina em terceiro, fez esquecer a exclusão de Susana Amador, Pedro Cegonho e Romualda Fernandes, três atuais membros do grupo parlamentar. E Maria da Luz Rosinha foi relegada para um 20.º lugar de difícil elegibilidade.

Por apurar estava, à hora de fecho desta edição, se André Caldas, responsável pela moção de Carneiro e secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, entraria na lista de Lisboa na quota de Pedro Nuno Santos. Também foi notado por Carneiro que era preciso garantir que o esforço de elaboração do programa de Governo “se mantém intacto”.