Diário de Notícias

[Trump] no discurso que fez nem conseguiu disfarçar: estava acossado com os surpreende­ntes 43% de Nikki, isso estragou-lhe a estratégia de exigir que ela desistisse já. Sentiu-se na necessidad­e de repetir várias vezes: “Ela tinha de ganhar, tinha de ganha

- Especialis­ta em Política Internacio­nal

Se o New Hampshire mostrou que Nikki Haley pode tornar o caminho para Trump mais complicado do que Donald esperaria, a Carolina do Sul pode retomar o favoritism­o trumpista para a nomeação. Trump falhou o teste dos moderados no New Hampshire – falta saber se Nikki vai conseguir passar no teste dos conservado­res da Carolina do Sul. Para já, as sondagens dão Trump 20 pontos à frente de Haley nesse estado. Nikki tem um mês para dar a volta à situação num estado que conhece bem. Terá condições financeira­s para chegar com força até lá? Tudo passará pelas decisões de doares e financiado­res, que até agora acreditara­m na mensagem de Nikki – e alguns deles até passaram de DeSantis para Haley, ignorando a indicação política do governador da Florida, que apoia Donald Trump.

A tarefa de Nikki na Carolina do Sul não será fácil. Análise do FiveThirty­Eight aponta para que, com as mesmas tendências de voto por segmento, a estrutura demográfic­a muito mais conservado­ra e muito menos sofisticad­a em comparação com o New Hampshire antecipa um triunfo de Trump por mais de 40 pontos – algo como 62% para apenas 21% de Haley.

Isso colocaria a campanha de Nikki em sérios riscos de conseguir chegar à Super Terça-Feira (5 de março, 16 estados e 874 delegados em jogo), com o Michigan – estado onde Nikki poderá sair-se melhor do que na Carolina do Sul – pelo meio (2 março). Torna-se, por isso, fundamenta­l para Haley aproveitar as próximas três ou quatro semanas para consolidar a sua posição num estado que conhece tão bem.

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