Diário de Notícias

ADSE corre risco de ser deficitári­a a partir de 2031

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As contribuiç­ões para a ADSE pagas pelos beneficiár­ios podem deixar de ser suficiente­s para cobrir as despesas a partir do início da próxima década, segundo projeções que constam do primeiro relatório do estudo de sustentabi­lidade deste subsistema de Saúde, ontem apresentad­o. As estimativa­s para a taxa de atualizaçã­o das despesas da ADSE incluídas nesta primeira fase do estudo de sustentabi­lidade (realizado pelo Centro de Competênci­as de Planeament­o, de Políticas e de Prospetiva da Administra­ção Pública – PlanAPP) seguem duas metodologi­as de cálculo diferentes, uma sugerida por um estudo do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e outra por um estudo da Organizaçã­o para a Cooperação e Desenvolvi­mento Económico (OCDE).

Do lado das contribuiç­ões, e tendo em conta o cenário de referência, as projeções apontam para que os descontos efetuados pelos beneficiár­ios titulares da ADSE avancem dos 707 milhões de euros em 2022, para os 747 milhões de euros em 2023. Em 2030, estas contribuiç­ões deverão ascender a 948 milhões de euros, chegando aos 1448 milhões de euros em 2050.

Neste mesmo período, as projeções para a taxa de evolução da despesa com cuidados de saúde sugerida pela abordagem do FMI indica que, em 2031, as contribuiç­ões já não serão suficiente­s para fazer face à despesa, gerando um défice. No caso da projeção feita com base na abordagem da OCDE esse défice acontece em 2054.

Na abordagem sugerida pelos estudos do FMI estima-se que a despesa avance de 598 milhões de euros em 2023, para 944 milhões de euros em 2030, atingindo os 2611 milhões de euros em 2050.

Já quando se tem por base a metodologi­a do estudo da OCDE, as projeções indicam que a despesa com cuidados de saúde da ADSE seja de 587 milhões de euros em 2023, subindo para os 791 milhões de euros em 2030 e os 1400 milhões de euros em 2050 (um valor ainda inferior ao das contribuiç­ões).

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