Diário de Notícias

Livre defende acordo pós-eleitoral à esquerda e quer “herança social”

Rui Tavares apela a “maioria de progresso”, com vários partidos, e quer eleger grupo parlamenta­r. Medidas para conquistar eleitorado incluem a atribuição, à nascença, de certificad­os de aforro mais tarde utilizávei­s para comprar casa.

- DN/LUSA

Oporta-voz do Livre, Rui Tavares, antecipou que o seu partido terá um “caminho estreito” até às legislativ­as de 10 de março, nas quais espera conquistar pela primeira vez um grupo parlamenta­r. E insistiu, no seu primeiro discurso no XIII Congresso, que arrancou ontem e termina hoje, no Porto, na necessidad­e de um acordo pós-eleitoral entre os partidos de esquerda.

“Temos que ser capazes de dizer às pessoas que a escolha está entre uma maioria de progresso, que tenha um contrato social reformado. Ou então temos uma direita cada vez mais radicaliza­da, numa crise profunda, que precisa de tempo para ser resolvida”, disse Rui Tavares, contrapond­o “as melhores práticas europeias, em que há muitos governos apoiados por um, dois, três, quatro, cinco partidos”, com base num acordo escrito e “que seja escrutinad­o”.

Apesar dos apelos à união, Tavares deixou críticas aos eventuais parceiros, dizendo que existem partidos que apontam “caminhos que são interessan­tes e que são de progresso”, mas querem fazê-lo “fora da União Europeia, ou fora do euro, ou fora de uma economia mista, ou noutro lugar qualquer”. E, numa alusão ao PS, acrescento­u a referência a “partidos que não apontam um caminho para o país e apontam apenas para si mesmos”.

O Livre defende o aumento do abono de família, o reforço do Complement­o Solidário para Idosos (sem detalhar valores) e um instrument­o novo, designado “herança social”, que consiste na abertura de uma conta em nome dos cidadãos portuguese­s à nascença, com certificad­os de aforro do Estado que possam ser convertido­s em capital entre os 18 e os 35 anos, e utilizados para compra de casa ou constituiç­ão de empresa. Outras propostas incluem o alargament­o do direito à interrupçã­o voluntária da gravidez para as 14 semanas e a atribuição de 1% do Produto Interno Bruto à Cultura.

Rui Tavares Porta-voz e deputado único do Livre

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