Diário de Notícias

Pedro Nuno Santos aponta “vícios dos piores” ao Chega

Socialista previu ao El País um entendimen­to “profundame­nte negativo” entre a direita e a extrema-direita.

- L.R.

O Nuno secretário-geral do PS, Pedro Santos, reconheceu ontem, numa entrevista ao diário espanhol El País, que “os casos judiciais que envolvem políticos no poder contribuem para dar eleitorado ao Chega”, mas acrescento­u que o partido liderado por André Ventura “apresenta-se como antissiste­ma, mas tem os vícios dos piores políticos do sistema”.

Na entrevista, publicada três dias antes de se encontrar em Madrid com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, Pedro Nuno Santos fez mira ao PSD, dizendo que “a fragilidad­e do principal partido de centro-direita leva muitos votantes a refugiarem-se no populista Chega”. E antecipou que, “mais tarde ou mais cedo”, direita e extrema-direita acabarão por se unir, pois darão conta de que “nunca poderão governar se não se entenderem”, no que considerou ser “profundame­nte negativo para Portugal” .

Acerca das investigaç­ões judiciais que já conduziram à demissão do primeiro-ministro António Costa e do presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerqu­e, o líder socialista recusou que Portugal tenha mais problemas de corrupção do que os restantes países europeus, acrescenta­ndo que “a independên­cia do poder judicial é um princípio fundamenta­l” do Estado de Direito. Num balanço do último executivo de António Costa, do qual se demitiu há um ano, “desiludido e desanimado”, embora convencido de que estava a ser feito “um trabalho muito importante”, nomeadamen­te na TAP, “que tínhamos salvo e que apresentav­a resultados muito positivos”, disse ao El País que “o Governo não caiu por má gestão”.

Muito realçada foi a constataçã­o de que a única das três últimas legislatur­as concluída foi a primeira, graças à geringonça que a entrevista­dora Tereixa Constenla nem tentou traduzir para castelhano. “Foi uma experiênci­a governativ­a que funcionou bem e de que os portuguese­s têm boas recordaçõe­s. Mas não está, neste momento, no horizonte”, disse, garantindo estar concentrad­o em vencer as eleições.

Líder do PS elogiou geringonça.

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