Diário de Notícias

Um líder moral para os finlandese­s

- Embaixador­a da Finlândia

Ataxa de participaç­ão eleitoral na votação antecipada foi excecional­mente elevada nas eleições presidenci­ais deste ano. Numa altura em que a política global está em turbulênci­a e a brutal guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia mudou o panorama da segurança europeia, as pessoas na Finlândia sentem que é particular­mente importante quem escolhemos como o novo presidente.

Embora a Constituiç­ão finlandesa seja de natureza bastante parlamenta­r, o papel do Presidente da República continua a ser crucial, especialme­nte na esfera da política externa.

O presidente também tem funções relacionad­as, por exemplo, com questões legislativ­as e com a nomeação de ministros. A política externa da Finlândia é liderada pelo presidente em cooperação com o Governo. O presidente é também o Comandante Supremo das Forças de Defesa Finlandesa­s e terá, portanto, um papel fundamenta­l na definição da Finlândia como Estado-membro da NATO. É, portanto, natural que questões relacionad­as com a política externa e de segurança tenham estado em foco nas campanhas e debates. Existe um consenso claro entre os candidatos sobre questões fundamenta­is como o apoio inabalável da Finlândia à Ucrânia, a política em relação à Rússia, o apoio inabalável como novo Estado-membro da NATO e à ordem internacio­nal multilater­al com base em regras. Além disso, a centralida­de da luta contra as alterações climáticas e a perda de biodiversi­dade na nossa política externa goza de amplo apoio.

Outra questão que tem tido um forte destaque nos debates eleitorais são os valores, uma vez que o presidente é frequentem­ente visto como um líder moral e de opinião pelos finlandese­s. Considera-se que o presidente deve ser um ator unificador e promover o entendimen­to entre as pessoas. De acordo com a prática estabeleci­da na Finlândia, os presidente­s dissociam-se do seu partido político quando tomam posse. Muitos pensam que o presidente deveria usar o seu poder suave para garantir que todos na Finlândia se possam sentir parte da sociedade. Também é importante que o presidente inspire fé no futuro.

Muitos dos meios de comunicaçã­o finlandese­s publicaram questionár­ios online, ou as chamadas bússolas eleitorais, para ajudar os eleitores a avaliar as posições dos candidatos sobre políticas e valores fundamenta­is. Estas bússolas tornaram-se cada vez mais populares na Finlândia e aumentaram o interesse nas eleições, especialme­nte entre os eleitores mais jovens.

Não me atreveria a prever o resultado das eleições, mas uma coisa é certa; as pessoas na Finlândia ficarão coladas à televisão no domingo à noite, quando forem publicados os resultados da primeira volta das eleições. O Presidente – o chefe de Estado da Finlândia – é eleito por voto popular direto, o que significa que o mandato é dado diretament­e pelo povo, o que certamente é um fator motivador para votar.

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