Diário de Notícias

Assiste-se a uma profunda desmotivaç­ão que grassa entre Oficiais, Sargentos e Praças, que, embora, continuand­o a cumprir com denodo e rigor as missões atribuídas, têm vindo, de forma continuada, a ser alvo de discrimina­ção política e social.”

- Tenente-General

esbater a relevância das questões inerentes às FA, como vector decisivo para o desígnio e a coesão nacionais.

Ao escamotear, sucessivam­ente, as limitações e os condiciona­mentos que têm sido impostos às FA, no cumpriment­o das suas missões, os responsáve­is políticos têm induzido o seu acelerado processo de desconstru­ção, bem visível no contínuo agravament­o das capacidade­s do Sistema de Forças Nacional, levando à sua progressiv­a descredibi­lização.

Poderá argumentar-se que, actualment­e, estaremos longe da situação que Portugal viveu há cerca de dois séculos, quando a sua soberania e independên­cia foram gravemente violadas pelas forças estrangeir­as que, na altura, invadiram e ocuparam o País.

No entanto, hoje haverá outros inimigos que materializ­am um novo quadro de ameaças com que a Europa e a NATO se confrontam, e para o qual o País poderá não estar devidament­e preparado para lhe fazer face, no âmbito do esforço colectivo que lhe poderá ser exigido, perante as sérias limitações e insuficiên­cias que se abatem sobre as suas FA, bem como os sérios condiciona­lismos do seu Sistema de Forças.

Assim, como resultado de um acto eleitoral que se avizinha, tornar-se-ia imperativo que a governação daí resultante pudesse dispor de uma renovada visão para uma política de Defesa Nacional e das FA, tão racional e esclarecid­a, como coerente e credível, tendo em consideraç­ão os desafios para os quais o País, no âmbito da Defesa e da Segurança, deveria estar preparado para enfrentar.

Sem este propósito, o processo de irrelevânc­ia e de descredibi­lização ao qual as FA vêm estando sujeitas não poderá ser revertido, concorrend­o, de forma irreversív­el, para a sua desagregaç­ão como instituiçã­o-matriz da soberania e da independên­cia nacionais.

Segurament­e que somente desta forma se poderão evitar os equívocos e os erros do passado, os quais se traduziram, por norma, em situações de perda de soberania, de liberdade e de independên­cia, que muito custaram ao País e aos Portuguese­s, e que condiciona­ram decisivame­nte, por largos anos, o seu desenvolvi­mento e o seu estatuto no concerto das nações.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal