Vila Galé investe 50 milhões de euros na abertura de três hotéis
O segundo maior grupo hoteleiro do país vai inaugurar três novas unidades este ano em Portugal, Espanha e no Brasil, depois de fechar 2023 com o melhor resultado de sempre.
AVila Galé vai inaugurar três novos hotéis este ano, num investimento que ascende aos 50 milhões de euros, revelou ontem o presidente do grupo, Jorge Rebelo de Almeida, num encontro com jornalistas. Apesar de os custos de construção pesarem cada vez mais no orçamento da empresa, tendo subido 10% em 2023, e o “licenciamento ser especialmente difícil”, segundo o empresário, a carteira de projetos em desenvolvimento mantém-se musculada e o portefólio continuará a crescer nos próximos meses.
Já em abril será inaugurado oVila Galé Collection Figueira da Foz, unidade que resulta da reabilitação do antigo Grande Hotel da Figueira, um projeto que funcionará em regime de arrendamento. Ainda no quarto mês do ano, a Vila Galé dará mais um passo na internacionalização, chegando à vizinha Espanha, com a abertura do Vila Galé Isla Canela, localizado junto à praia com o mesmo nome, na Costa de la Luz, em Huelva, com uma oferta de 300 quartos.
No final de 2024, em dezembro, será a vez de abrir oVila Galé Sunset Collection, em Cumbuco, no Brasil. A unidade, que resulta de um investimento de 80 milhões de reais (15 milhões de euros), conta com 124 quartos e marca também a estreia da marca Collection no outro lado do Atlântico.
Em 2025 está prevista a inauguração do Vila Galé Collection Paço do Curutelo, em Ponte de Lima, num investimento de 20 milhões de euros. Já no Alentejo, o Vila Galé Casa de Elvas, estará concluído em abril, após um investimento de 10 milhões de euros. No Brasil, o grupo abre a primeira unidade em Minas Gerais, o Vila Galé Collection Ouro Preto, cujo investimento ascendeu aos 80 milhões de reais (15 milhões de euros).
O presidente daVila Galé garantiu que o grupo continua a estudar projetos no Brasil e adiantou que está a analisar a entrada em Madrid. Sobre Cuba, onde detém um hotel, antevê que a expansão seja feita “mais devagar”, sublinhando o desejo de marcar presença em Havana.
Lucros históricos
O ano passado foi o melhor de sempre para o turismo do país, quer em receitas, quer em dormidas e hóspedes. E os bons ventos fizeram-se sentir também nas contas da Vila Galé que encerrou 2023 com lucros de 100 milhões de euros no conjunto da operação em Portugal e no Brasil, o que representa um avanço de “entre 12% e 13%” face a 2022.
Ainda sem as contas finais fechadas, o presidente do grupo português sublinhou os “resultados positivos” que superaram “o melhor ano de sempre” da Vila Galé. As receitas subiram 16% em Portugal, totalizando 158 milhões de euros (135 milhões de euros em 2022) e dispararam 42% no Brasil, para 640 milhões de reais (120 milhões de euros). No total, as receitas fixaram-se em 275 milhões de euros (+20%).
A boa performance no Brasil, onde o grupo marca presença há mais de duas décadas e conta com 10 unidades hoteleiras, foi impulsionada pela operação do Vila Galé Alagoas, um resort all inclusive inaugurado em 2022 cuja oferta ultrapassa os 500 quartos, e que “tem crescido quer no turismo nacional quer no internacional”.
Já em Portugal registou-se mais de um milhão de quartos ocupados e 2,15 milhões de dormidas, com os clientes portugueses a pesarem 38% neste total. Seguiram-se o Reino Unido (14,5%), Alemanha (8%), Irlanda (5%) e Espanha (5%), EUA (2,92%) e Brasil (2,77%).
Em 2023, o segundo maior grupo hoteleiro português, investiu ainda 10 milhões de euros em obras de recuperação e remodelação nas unidades.
“O ano que passou foi bastante intenso, de muito trabalho e até algum risco, mas ultrapassámos os desafios. E continuámos o nosso desígnio de investir no interior do país, de reabilitar imóveis históricos e de ter hotéis temáticos”, adiantou o presidente da empresa.
Em 2023, o grupo fundado por Jorge Rebelo de Almeida inaugurou cinco hotéis: o Vila Galé Collection Tomar, o Vila Galé Collection São Miguel, nos Açores, o Vila Galé Nep Kids e o Vila Galé Collection Monte do Vilar, ambos em Beja, e entrou em Cuba, com a abertura do Vila Galé Cayo Paredón Grande.
“Este crescimento vai permitir-nos ganhar escala e massa crítica. E, dessa forma, ter mais capacidade para melhorar a vida de todos os que trabalham na Vila Galé, que é, afinal, o nosso maior objetivo. Continuaremos a apostar na maior valorização profissional e pessoal dos colaboradores”, referiu o empresário.
A Vila Galé irá inaugurar, em abril, uma unidade na Figueira da Foz, que resulta da reconversão do Grande Hotel da Figueira.