O perigo de perder a ajuda dos EUA
Opresidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu ontem que a Europa será incapaz de lidar sozinha com a ajuda militar e financeira à Ucrânia se os Estados Unidos renunciarem ou atrasarem a assistência a Kiev. “A Europa sozinha não poderá apoiar a Ucrânia como tem feito até agora, nem financeira, nem militarmente”, disse o líder ucraniano numa entrevista à ARD, o primeiro canal da televisão pública alemã.
Zelensky admitiu que existe um grande risco de alguns líderes europeus começarem a vacilar se não houver sinais positivos dos Estados Unidos, referindo como consequências possíveis a falta de armas e de recursos financeiros para a Ucrânia e a perda da aliança Estados Unidos-Europa.
Outra das consequências seria o reconhecimento de que a Europa estaria sozinha na defesa contra a Rússia se a Ucrânia não conseguisse impedir o avanço das tropas russas para outros países. “Isso seria uma ameaça séria. E Putin tiraria o máximo partido” da situação, avisou o líder ucraniano.
Zelensky comentou ainda uma hipotética saída dos Estados Unidos da NATO se Donald Trump voltasse ao poder, referindo que outros países poderiam mudar de posição, especialmente os que têm laços económicos com a Rússia. Outro dos cenários possíveis numa mudança na política de Defesa dos Estados Unidos em relação à Ucrânia e à Europa poderia ser também o fim da política comum de sanções contra a Rússia – ontem, o Conselho da União Europeia renovou por mais seis meses as sanções impostas contra a Rússia por causa da invasão à Ucrânia, informando igualmente que fará nova avaliação para reavaliar uma possível prorrogação.
O líder ucraniano admitiu que reagiria de forma normal se Trump fosse eleito, argumentando que Kiev tem o apoio de democratas e republicanos, apesar de alguns republicanos estarem a bloquear um pacote de ajuda de 61,4 mil milhões de dólares (56,6 mil milhões de euros), pedido em troca um investimento na segurança da fronteira com o México.