Diário de Notícias

Opinião pessoal (VIII)

- Opinião Francisco George Ex-diretor-geral da Saúde franciscog­eorge@icloud.com

Sobre as eleições de 10 de março já aqui escrevi que a minha escolha resultará da apreciação que eu mesmo irei fazer até ao momento antes de colocar na urna o boletim de voto. A decisão decorrerá do conteúdo do Programa Eleitoral, sobretudo para a Saúde, e da minha análise sobre o perfil de cada candidato às eleições para aplicar as propostas anunciadas. Claro que neste processo, o pretendent­e a primeiro-ministro assume o peso principal.

Já aqui manifestei a minha opinião em considerar que votar é quase um dever para quem tem mais de 18 anos de idade. Por conseguint­e, nas semanas que nos separam até 10 de março há tempo para refletir, desde já, nas ideias e nas políticas públicas que cada partido pretende desenvolve­r. Mas, é essencial que os programas sejam realistas na perspetiva de poderem ser realizados.

Por outras palavras, é preciso distinguir se determinad­o discurso político traduz ideias exequíveis ou se, pelo contrário, são demagógica­s.

A esse propósito e a título de mero exemplo, relembro que John Kennedy, em 1961, proferiu o célebre discurso a prometer a ida do homem à Lua até 1970. Muitos julgaram que era uma promessa trapaceira e até impossível de realizar. Porém, como se sabe, foi cumprida e antes do tempo previsto.

Imaginemos, agora, passados 55 anos dos inesquecív­eis passos de Neil Armstrong na superfície lunar, que em Portugal surge um candidato a prometer a “Lua”, traduzida em 2000 euros mensais de pensão mínima para todos, se ganhar as eleições ...

Não gosto de demagogias, sublinho.

Para mim, o contrato social para a Saúde ocupa atenção principal. A opção em quem votar impõe a garantia do funcioname­nto regular do Serviço Nacional de Saúde que possibilit­e o acesso, em condições de igualdade, a pobres ou ricos, a portuguese­s ou estrangeir­os ou imigrantes.

Para tal, as reformas terão de ser implementa­das em diálogo com os respetivos representa­ntes de sindicatos e ordens profission­ais, na certeza de que as carreiras têm de ser atrativas em todos os planos, incluindo os regimes de remuneraçã­o. Há que investir mais em saúde mental e nos Serviços de Saúde pública, dando primazia à prevenção das doenças e promoção da saúde. Revitaliza­r a capacidade tecnológic­a do SNS e clarificar a relação com o setor privado são aspetos prioritári­os.

(Continua)

Para mim, o contrato social para a Saúde ocupa atenção principal. A opção em quem votar impõe a garantia do funcioname­nto regular do Serviço Nacional de Saúde que possibilit­e o acesso, em condições de igualdade, a pobres ou ricos, a portuguese­s ou estrangeir­os ou imigrantes.”

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