Diário de Notícias

FMI corta cresciment­o da Zona Euro, mas vê juros máximos “até ao segundo semestre”

- luis.ribeiro@dinheirovi­vo.pt

Aforça da economia da Zona Euro em 2024 está pior do que há três meses, mas, mesmo assim, o Banco Central Europeu (BCE) deve manter o atual aperto máximo nas taxas de juro “até ao segundo semestre” deste ano, estima o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) no estudo intercalar sobre as perspetiva­s económicas mundiais, divulgado ontem.

O cresciment­o da economia mundial em 2024 até foi revisto em alta (mais duas décimas, de 2,9% para 3,1%), com destaque para os Estados Unidos, a maior economia do mundo Ocidental, que beneficiam de uma forte revisão em alta do ritmo económico de 1,5% (outubro) para 2,1%, neste novo outlook.

A Zona Euro, pelo contrário, continua a perder gás. Deve crescer uns magros 0,9% em 2024, arrastada pelo impacto na maior economia da área do euro, a Alemanha, que leva um corte de 0,4 pontos percentuai­s no cresciment­o previsto, prevendo o FMI um avanço de apenas 0,5%.

Em todo o caso, a nova previsão do FMI para a área do euro até é ligeiramen­te melhor do que a avançada pelo BCE, em dezembro último, onde apontava para uma expansão de 0,8%.

De volta ao novo estudo do FMI, França, a segunda maior economia, perde três décimas na previsão feita em outubro, e deve crescer 1% este ano.

Itália fica na mesma (0,7%), mas o cresciment­o de Espanha, o maior parceiro económico de Portugal, também se deve ressentir das dificuldad­es que emanam de dentro e fora da Zona Euro. Em outubro, o FMI previa mais 1,7% de cresciment­o para a economia espanhola, agora reduz a previsão de 2024 para 1,5%.

“O aumento da dinâmica económica não se fez sentir em todo o lado”, diz o FMI, que observa “um cresciment­o particular­mente moderado na área do euro, reflexo do fraco sentimento dos consumidor­es, dos efeitos persistent­es dos preços elevados dos produtos energético­s e da fraqueza da indústria transforma­dora e do investimen­to empresaria­l, sensíveis às taxas de juro”.

De acordo com as novas projeções do FMI, “as taxas diretoras da Reserva Federal, do Banco Central Europeu e do Banco de Inglaterra deverão manter-se nos níveis atuais até ao segundo semestre de 2024”. Depois, “devem descer gradualmen­te à medida que a inflação se aproxima dos objetivos” dos bancos centrais (cerca de 2%), acrescenta o FMI.

A instituiçã­o liderada por Cristalina Georgieva deixa o alerta.

A nova previsão do FMI diz que “o cresciment­o do comércio mundial será de 3,3% em 2024 e 3,6% em 2025”, bastante abaixo do cresciment­o médio histórico de 4,9%.

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