Aeroporto de Lisboa pronto a descolar
Sua excelência o supremo magistrado da Nação, almirante Américo Thomaz, deu posse no Palácio de Belém ao novo subsecretário de Estado das Comunicações e Transportes, Miguel Pupo Correia. A notícia mereceu honras de primeira página na edição de há 50 anos do Diário de Notícias.
Pupo Correia, jurista, substituiu Oliveira Martins, engenheiro civil que 20 anos depois será ministro das Obras Públicas no Governo chefiado por Cavaco Silva.
O subsecretário de Estado cessante, presidente na curta cerimónia, ouviu da veneranda figura palavras de agradecimento – “pelos serviços prestados ao país nesse lugar durante o período de quatro anos que o ocupou”, disse Thomaz.
O titular da pasta das Comunicações e Transportes, Rui Sanches, falou sobre o grande “empreendimento em curso” – a construção do novo aeroporto de Lisboa, nos terrenos da herdade de Rio Frio, na Margem Sul: “Não podendo alongar-me, acrescento que os trabalhos relativos ao novo aeroporto de Lisboa estão decorrendo de acordo com o exigente programa estabelecido, o que tem implicado, e continuará a implicar, cuidados muitos especiais de acordo com a magnitude do empreendimento”, disse o ministro.
Rui Sanches estava otimista quanto ao arranque da obra: O aeroporto estava prestes a descolar. “Dentro de semanas, vai ser aberto concurso para adjudicação da empreitada de construção da primeira fase do novo aeroporto, em Rio Frio, incluindo o fornecimento e instalação do respetivo equipamento, com capacidade para o tráfego de 10 milhões de passageiros”, afirmou o ministro.
Hoje, 50 anos depois, se tivesse sido construído não chegaria nem para metade das encomendas... O atual Aeroporto Humberto Delgado recebeu no ano passado cerca de 30 milhões de passageiros e 25 mil toneladas de carga.
Mas não era apenas o novo aeroporto que ocupava o ministro Rui Sanches. O Metropolitano de Lisboa dava prejuízo e o Governo tinha planos para o saneamento financeiro da empresa e, ainda, para a expansão da rede. Os transportes públicos já então eram escassos para as necessidades, de tal maneira que o ministro anunciara a atribuição de mais 580 licenças de táxis na capital.