Diário de Notícias

Ex-procurador disponível para se apresentar na prisão

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A advogada do ex-procurador Orlando Figueira admitiu ontem ter verificado o pedido para emissão de mandados de detenção e confirmou disponibil­idade deste para se apresentar voluntaria­mente em Évora, mas entende que há um recurso pendente com efeito suspensivo. “Existe um recurso que ainda está pendente no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e irei averiguar”, disse a advogada Carla Marinho à Lusa, depois de a SIC ter avançado que a prisão do antigo procurador aconteceri­a em breve, por já terem sido emitidos os mandados de detenção. Carla Marinho disse ainda que, no seu entendimen­to, o recurso no STJ tem um efeito suspensivo. “Caso assim não seja, o doutor Orlando Figueira irá apresentar-se no Estabeleci­mento Prisional de Évora”, disse, acrescenta­ndo que “faz todo o sentido” que o antigo magistrado se apresente voluntaria­mente para cumpriment­o da pena de seis anos e oito meses de prisão a que foi condenado no processo Operação Fizz, em 2018, dado sempre ter dito estar disponível para cumprir a sentença. “Assim o fará. Não é necessário que seja conduzido para esse efeito”, disse a advogada. Orlando Figueira tem visto as diferentes instâncias judiciais – Relação de Lisboa e Supremo Tribunal de Justiça – recusarem os recursos da sua defesa, tendo sido noticiado em meados de julho passado que o antigo procurador do Departamen­to Central de Investigaç­ão e Ação Penal apresentou um novo recurso para o Tribunal Constituci­onal, evitando assim o início do cumpriment­o da pena de seis anos e oito meses de prisão a que foi condenado por corrupção. Contudo, em dezembro de 2022, o Tribunal Constituci­onal tinha rejeitado um outro recurso da defesa de Orlando Figueira, o que supostamen­te abriria caminho ao trânsito em julgado da sentença. Condenado em dezembro de 2018 pelos crimes de corrupção, branqueame­nto de capitais, violação do segredo de justiça e falsificaç­ão de documento num caso relacionad­o com Manuel Vicente, antigo vice-presidente de Angola, Orlando Figueira viu a Relação de Lisboa confirmar a pena de prisão em 2021, tendo posteriorm­ente sido expulso da magistratu­ra.

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