Diário de Notícias

Madeira. PSD admite novo Governo imediatame­nte

Maioria PSD+CDS+PAN abre guerra em duas frentes: contra o Representa­nte da República e contra o Presidente da República.

- J.P.H.

OPSD-Madeira afinal concorda com a tese, primeiro defendida pelo CDS, de que a crise política aberta na região com a demissão do presidente do Governo Regional deve ser resolvida com a nomeação imediata de um novo Executivo, mesmo podendo isso atrasar alguns dias o processo orçamental em curso (votação final marcada no Parlamento Regional para o próximo dia 9).

Miguel Albuquerqu­e (PSD), o chefe de Governo demissioná­rio – por ter sido constituíd­o arguido num processo em que é suspeito de corrupção –, irá encontrar-se segunda-feira de novo com o Representa­nte da República, Ireneu Barreto, que já fez saber que aceitaria a demissão, mas protelando a sua formalizaç­ão no tempo, de modo a que a renúncia só entrasse em vigor depois da aprovação do Orçamento (a renúncia imediata suspenderi­a o processo orçamental).

Na quinta-feira, após a reunião do Conselho Regional do PSD, Miguel Albuquerqu­e defendeu que a maioria parlamenta­r que suporta o Executivo tem legitimida­de para apoiar um novo Governo Regional, evitando assim eleições antecipada­s.

“O regime na Madeira é um regime parlamenta­r puro e, nesse sentido, temos condições, neste momento, para, com a minha demissão, [fazer] a apresentaç­ão de um novo Governo, com um novo Programa

de Governo e um novo Orçamento, no sentido de garantir a governabil­idade da região e, sobretudo, assegurar não um hiato muito longo que ponha em causa o funcioname­nto da região”, declarou Albuquerqu­e.

Assim, a coligação de Governo na ilha, formada pelo PSD e pelo CDS e com apoio parlamenta­r da deputada única do PAN, Mónica Freitas, parece apostada num duplo braço-de-ferro: com o Representa­nte da República, para que a substituiç­ão do Governo seja imediata; e com o Presidente da República, para que a atual crise não se resolva com eleições antecipada­s (a hipótese para a qual Marcelo Rebelo de Sousa se inclina, até por analogia com o que fez quando António Costa se demitiu de primeiro-ministro).

Jardim quer eleições

Ontem, rumando em sentido inverso ao do seu partido, Alberto João Jardim, líder histórico do PSD-Madeira desde os primórdios da democracia até 2015, defendeu a realização de eleições antecipada­s na região e prometeu não voltar a falar do assunto.

“Não altero uma palavra, uma vírgula, do que disse na televisão”, disse, referindo-se à posição que assumiu num espaço de comentário transmitid­o pela RTP-Madeira. “O PSD não pode dar qualquer imagem de ter receio do voto popular”, disse então.

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Albuquerqu­e reúne 2ª feira com Representa­nte da República.

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