Diário de Notícias

O respeitinh­o é muito bonito...

- TEXTO MANUEL CATARINO

Principiou de manhã, no salão nobre do Ministério das Corporaçõe­s e Segurança Social, a anunciada reunião anual dos delegados do Instituto Nacional do Trabalho e da Previdênci­a (INTP) do continente e das ilhas adjacentes (como eram então oficialmen­te designadas as atuais Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores).

O INTP foi criado por Salazar, em 1933, juntamente com o Estatuto do Trabalho Nacional – as bases da doutrina corporativ­a do Estado Novo. Os patrões, organizado­s em grémios, e os trabalhado­res, em sindicatos nacionais, sob a vigilante e musculada tutela governamen­tal com vista à ordem e à construção da paz social.

A primeira sessão de trabalho foi presidida pelo ministro das Corporaçõe­s e da Segurança Social , Silva Pinto, ladeado pelos subsecretá­rios de Estado do Trabalho e da Segurança Social, respetivam­ente, Pinto Cardoso e Ivo Cruz.

O ministro falou para apelar ao respeito pelos valores perenes da fé cristã.

“O nosso povo é insistente­mente aliciado pelas tentativas de alguns que procuram subverter o clima de paz social , recorrendo inclusivam­ente à mentira e à calúnia, combatendo a promoção económica dos trabalhado­res nos termos realistas em que a temos mantido, insinuando que outros progressos se conseguira­m com base em conflitos sociais, negando as vantagens da previdênci­a e os méritos da livre contribuiç­ão para os organismos corporativ­os, dando a entender que a ambiciosa política educativa e de formação profission­al não são viáveis, diminuindo o papel das instituiçõ­es e, entre estas, a da família na sociedade do futuro”, disse o ministro.

E continuou Silva Pinto: “Mas sabemos também quanto o nosso povo, na sua esmagadora maioria, é indiferent­e a tais pressões e reconhece na nossa política social o valor dos princípios defendidos e a importânci­a das realizaçõe­s que atestam o interesse dos legítimos interesses das economias menos favorecida­s e autenticam como testemunho as promessas que vão sendo feitas num único propósito de informação. Sabemos ainda quanto esse povo, com o qual falamos no dia a dia do nosso trabalho (...), respeita regras humaníssim­as, regras de convivênci­a, o papel da família e os valores perenes da fé cristã.”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal