Diário de Notícias

Maratona começa hoje: 30 debates, cinco estreantes, três veteranos CAMPANHA

- TEXTO JOÃO PEDRO HENRIQUES

Os frente-a-frente tenderão a expor todos os bloqueios dentro da direita, onde o PSD e a IL recusam acordos com o Chega. À esquerda, Pedro Nuno vai tentar parecer conciliado­r com Mariana Mortágua, Paulo Raimundo e Rui Tavares.

Nos próximos 15 dias, os portuguese­s poderão ver na televisão debates entre todos os líderes dos partidos com assento parlamenta­r. As rádios querem organizar um segundo debate entre Pedro Nuno e Montenegro, mas o líder do PS está renitente.

30-debates-30. Aos eleitores que quiserem votar no próximo dia 10 de março não faltarão oportunida­des para perceber o que separa e o que une as diversas candidatur­as. Os frente-a-frente começam hoje, pelas 21.00 horas, na SIC, com Pedro Nuno Santos (PS) de um lado da mesa e Rui Rocha, da IL, do outro. Logo a seguir, às 22.00, haverá, na RTP3, outro debate, desta feita entre André Ventura (Chega) e Inês Sousa Real (do PAN).

Este segundo debate terá uma particular­idade: Ventura e Inês Sousa Real já têm experiênci­a de confrontos deste género. Isso, depois, só voltará a acontecer – um debate entre “veteranos” – quando Rui Tavares (Livre) se confrontar com o líder do Chega ou com a porta-voz do PAN. Dito de outra forma: em oito líderes intervenie­ntes, a maioria, cinco, irão estrear-se agora nestes confrontos televisivo­s: Pedro Nuno Santos (PS), Luís Montenegro (PSD), Rui Rocha (IL), Paulo Raimundo (CDU) e Mariana Mortágua (Bloco de Esquerda).

O primeiro frente-a-frente verdadeira­mente “quente” deverá ter lugar amanhã, pelas 22.00 horas, na SIC-Notícias, entre os presidente­s do Chega (André Ventura) e da Iniciativa Liberal (Rui Rocha). Ambos os partidos ambicionam, abertament­e, integrar um Governo liderado pelo presidente do PSD, Luís Montenegro. Contudo a IL já afirma há muito tempo que recusa qualquer entendimen­to com o Chega, seja de que natureza for, fazendo disso uma claríssima “linha vermelha” na sua política de alianças. O ambiente entre os dois partidos é muito tenso e isso tenderá a refletir-se.

Na quinta-feira, haverá outro confronto potencialm­ente interessan­te, entre Mariana Mortágua (BE) e Rui Tavares (Livre). O Bloco ambiciona crescer e o Livre também, disputando ambos eleitorado descontent­e com o PS. Entre Mortágua e Tavares a principal diferença está na visão europeia: o BE é eurocético e o Livre entusiasta.

Na sexta-feira, dia 9, Pedro Nuno Santos regressará aos frente-a-frente, agora com Rui Tavares. Será um debate entre dois mais que naturais aliados numa eventual futura governação de uma maioria de esquerda liderada pelos socialista­s. E Pedro Nuno Santos sabe que, tendendo o PS a perder votos, é melhor que os perca para a esquerda, reforçando o Livre e o BE e a CDU, para que a atual maioria PS seja substituíd­a por uma maioria de esquerda, como na legislatur­a 2019-2022.

Assim, o registo do líder do PS nos confrontos com os líderes à sua esquerda tenderá a ser conciliado­r – embora não possa esperar o mesmo nem de Mariana Mortágua, nem do líder do PCP, Paulo Raimundo.

Para 12 de fevereiro está marcado, na RTP, um dos debates mais aguardados desta maratona, aquele que oporá Luís Montenegro a André Ventura. Aqui também o principal tema será o da política de alianças. O presidente do PSD já por várias vezes disse que recusa qualquer entendimen­to com o Chega. Já Ventura tem afirmado que recusa viabilizar um Governo liderado por Montenegro se este não integrar o Chega na governação. A situação é de bloqueio.

Para o fim, em 19 de fevereiro, está marcado o principal frente-a-frente, entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos. Está marcado um outro, organizado­s pelas rádios TSF, RR, Antena 1 e Observador, em 22 de fevereiro – mas por ora não é claro se terá transmissã­o televisiva ou mesmo se decorrerá (Pedro Nuno está renitente).

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