Mário Machado enfrenta mais um julgamento
Na manhã de hoje, Mário Machado volta ao banco dos réus em Lisboa para responder por crimes de ódio. À sua frente estará a jovem Renata Cambra, de 32 anos, porta-voz do Movimento Alternativa Socialista (MAS). Em causa está um tweet a sugerir a “prostituição forçada das gajas do Bloco” e “tudo, tipo um arrastão” da conta @mariomachado77, atribuída a Mário Machado, na rede social X (antigo Twitter), motivando outras ameaças: Ricardo Pais sugeriu “um tratamento VIP” para Renata Cambra como forma de “motivar as tropas, na Reconquista”. Os comentários são de fevereiro de 2022 e receberam diversos likes como demonstração de apoio. A conta @mariomachado77 está suspensa desde junho de 2022.
A vítima prestou queixa, aceite pelo Ministério Público em fevereiro do ano passado. “Sabiam os arguidos que, com conotação que faziam das referidas mulheres à prostituição ofendiam, como ofenderam, a honra e consideração de todas as militantes dos referidos partidos e em especial Renata Coutinho de Almeida Cambra, por estas serem membros de partidos que perfilham ideologias políticas de esquerda, mas sobretudo, por serem mulheres” pode ler-se no despacho do MP que pede a condenação de Machado e destaca ser “reincidente”.
Não será a primeira vez que Mário Machado será julgado por crimes de ódio. O conhecido líder do movimento neonazi, já foi condenado por roubo, sequestro, ameaça, coação, posse ilegal de arma e por ofensas corporais no caso que resultou na morte de Alcindo Monteiro em 1995. Em junho de 2023 recebeu pena suspensa por crime de ódio. Na altura, o tribunal destacou o “exercício continuado de extremismo xenófobo e uso de violência”, a “ausência de confissão e arrependimento (...) e de empatia com as vítimas”, além da “persistente energia criminosa”. Na altura dos crimes, estava em liberdade condicional.
Machado tem 48 anos e está à frente do grupo 1143, o promotor da manifestação do último sábado em Lisboa.