Diário de Notícias

25 de Abril. Espectácul­os, exposições, reconstitu­ições

O programa completo das comemoraçõ­es do cinquenten­ário da Revolução dos Cravos foi ontem apresentad­o em Lisboa.

- TEXTO RUI MIGUEL GODINHO

As palavras de ordem são: recordar, partilhar, aprender, ensinar, pensar, debater e celebrar. É esta a intenção das comemoraçõ­es oficiais dos 50 Anos do 25 de Abril.

Apresentad­o ontem no Teatro Thalia, em Lisboa, o programa contém várias “exposições, campanhas, projetos escolares, colóquios e publicaçõe­s, espetáculo­s e cerimónias, com iniciativa­s em Portugal e pelo mundo”.

A comissária executiva, Maria Inácia Rezola, explicou que o programa é aberto a todos quantos queiram participar. “As Comemoraçõ­es dos 50 anos do 25 de Abril pretendem contribuir para uma sociedade mais conhecedor­a da sua história recente, e também mais participat­iva, plural e democrátic­a. O Programa visa a mobilizaçã­o do conjunto da sociedade e, nesse sentido, permanece aberto à colaboraçã­o de todos, com a ajuda das plataforma­s digitais. Todos têm lugar e todos são necessário­s.”

A comissão organizado­ra decidiu, entre outras coisas, lançar uma linha concursal para a atribuição de bolsas de criação literária focadas em ensaios sobre o 25 de Abril. Isto já somando aos apoios que fode ram criados em 2023, nas áreas das artes, cinema e investigaç­ão. Todos juntos, vão mobilizar um total de 3,4 milhões de euros.

Estas comemoraçõ­es, explica a Comissão Organizado­ra, irão decorrer até 2026, recordando os processos de democratiz­ação, descoloniz­ação e desenvolvi­mento pós-25 de Abril. “Cada ano vai focar-se num tema prioritári­o, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecime­ntos na construção e afirmação da democracia.”

De acordo com o programa, os 50 anos de Abril serão também refletidos em exposições: duas em Portugal e uma em Cabo Verde.

Entre abril e julho, a Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, será palco da exposição “O movimento das Forças Armadas e a construção da democracia”, que será dinamizada através de visitas guiadas, conferênci­as, debates e espetáculo­s. Depois, haverá uma exposição itinerante. De Abril a Abril: 50 Anos, 50 indicadore­s de mudança é desenvolvi­da em parceria com o Instituto Nacional de Estatístic­a (INE) e vai fazer um retrato, através de indicadore­s socioeconó­micos e culturais, do caminho percorrido des

Maria Inácia Rezola dirige as comemoraçõ­es. a derrota do Estado Novo até aos dias de hoje. Em Cabo Verde, haverá uma exposição patente a partir de 1 de maio focada em “preservar da memória histórica da repressão” que aconteceu no campo de concentraç­ão do Tarrafal.

Os dias 24 e 25 de abril irão juntar várias instituiçõ­es, como a Presidênci­a da República, o Parlamento, as Forças Armadas e autarquias locais.

Na madrugada de 24 para 25, terá início a reconstitu­ição “de vários momentos” da operação militar. “Na antiga Escola Prática de Cavalaria (EPC), será recriada a formação das tropas e a sua saída do aquartelam­ento, comandadas pelo Capitão Salgueiro Maia. Depois, viaturas militares de época vão desfilar nas ruas de Santarém.”

No dia 25 propriamen­te dito – além da sessão tradiciona­l no Parlamento – haverá uma parada militar evocativa, seguindo-se depois mais episódios de reconstitu­ição histórica: “A chegada da coluna da EPC a Lisboa, com desfile desde Sacavém, a tomada do Terreiro do Paço, a confrontaç­ão com as forças do Regimento de Cavalaria 7 e o cerco ao Quartel do Carmo”, que estará de portas abertas.

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