Diário de Notícias

Borrell garante que Kiev continua a ser uma prioridade e Zelensky agradece munições

MNE ucraniano e secretário-geral da NATO lamentam falta de acordo no Congresso dos EUA.

- TEXTO ANA MEIRELES Com AGÊNCIAS

Zelensky recebeu o líder da diplomacia da UE em Kiev.

Ochefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse ontem em Kiev que a Ucrâniaper­manece“uma prioridade absoluta” para a União Europeia e defendeu que “a guerra deve ser vencida e a paz deve ser conquistad­a”. Esta visita ficou marcada por ataques russos com mísseis contra a capital ucraniana, e que obrigaram o espanhol a refugiar-se no abrigo subterrâne­o do hotel onde estava hospedado.

“A Ucrânia continua a ser uma prioridade absoluta para a União Europeia e, em particular, para a nossa política externa e de segurança”, afirmou Borrell, depois de se ter reunido com o primeiro-ministro, Denis Shmygal, com o ministro dos Negócios Estrangeir­os, Dmytro Kuleba, o ministro da Defesa, Rustem Umerov, e o presidente, Volodymyr Zelensky. “A guerra deve ser vencida e a paz deve ser conquistad­a. E a melhor maneira de ganhar ambas é chegar à União Europeia. Sim, a Ucrânia continua a ser uma prioridade absoluta para a UE”, garantiu.

Quase dois anos após o início da invasão russa, a linha da frente está num impasse e a popularida­de de Zelensky encontra-se em queda, com Borrell a apelar à união dos seus interlocut­ores, porque é “a chave para a vitória”, transmitin­do uma “forte mensagem de solidaried­ade” e “apoio em termos financeiro­s e militares, munições e armas”.

Nas suas aparições com Shmygal e Kuleba, o líder da diplomacia comunitári­a salientou que “é necessário fazer mais e mais depressa”, mas sublinhou que, traduzido em números, o apoio da UE desde o início da guerra até ao Natal passado ascende atualmente a 88 mil milhões de euros, dos quais 28 mil milhões em apoio militar, e que foram treinados 40 mil soldados. Borrell concordou com Kuleba em “criar as condições para acelerar a entrega de munições e mísseis”, um processo que, disse, está a “acelerar”. “Até ao final do ano, teremos doado 1 155 000 munições à Força Aérea ucraniana”, afirmou.

Sobre este assunto, o presidente ucraniano disse ontem que o fornecimen­to de um milhão de munições por parte da União Europeia à Ucrânia deve ser “plenamente concretiza­do” para “garantir a segurança comum”. Numa publicação na rede social X, Volodymyr Zelensky afirmou ter tido “um encontro produtivo” com Josep Borrell, tendo informado o espanhol “sobre a situação no campo de batalha”.

Ajuda não é caridade

O ministro dos Negócios Estrangeir­os ucraniano, Dmytro Kuleba, lamentou ontem a situação confusa nos Estados Unidos, onde o Congresso não consegue, há meses, votar um pacote de ajuda crucial para Kiev. “Ontem [terça-feira] à noite, recebi um relatório final de Washington sobre os cenários possíveis, e alguns deles são dignos de filmes de suspense”, disse Kuleba, que apelou a Washington para que siga o exemplo dos europeus e demonstre “a sua liderança na defesa dos interesses comuns”

Também o secretário-geral da NATO pediu ontem um compromiss­o dos EUA para continuare­m a apoiar a Ucrânia, classifica­ndo como “vital” um consenso no Congresso norte-americano para desbloquea­r novos fundos para Kiev. Jens Stoltenber­g acrescento­u que o apoio dado à Ucrânia “não é caridade” e faz parte dos interesses de segurança e defesa de todos os países da NATO.

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