BCE quer certezas na inflação para baixar juros
O Banco economista-chefe do Central Europeu (BCE) defendeu ontem que a instituição necessita de estar mais segura de que a inflação está a reduzir-se para a meta de 2%, antes de cortar as taxas de juro. Philip Lane falava numa conferência em Washington, nos EUA. “Em termos de uma avaliação global da nossa trajetória política, precisamos de estar mais adiantados no processo de desinflação antes de podermos estar suficientemente confiantes de que a inflação atingirá a meta em tempo útil e se estabelecerá na meta de forma sustentável”, disse.
O membro do Conselho do BCE considerou que os dados disponíveis sugerem que o processo de desinflação no curto prazo poderá decorrer mais rapidamente do que o anteriormente esperado, embora as implicações para a inflação a médio prazo sejam menos claras.
Lane explicou, à semelhança do reiterado pela presidente da instituição, Christine Lagarde, que as decisões futuras estarão dependentes dos dados. Segundo Lade, as decisões do BCE sobre taxas de juro irão basear-se na “avaliação das perspetivas de inflação à luz dos dados económicos e financeiros disponíveis, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”.
“Neste processo, a política monetária precisa de equilibrar cuidadosamente o risco de uma restritividade excessiva, mantendo as taxas demasiado altas durante demasiado tempo, contra o risco de nos afastarmos prematuramente da posição estável em que nos encontramos desde setembro”, argumentou.
O BCE manteve, na reunião de janeiro, as taxas de juro inalteradas, atenuando as expectativas de uma rápida redução das taxas com a descida da inflação. Christine Lagarde disse, na altura, que o debate sobre a redução das taxas de juro continua prematuro.