Diário de Notícias

PS não viabiliza o Governo nos Açores e Chega quer “fazer parte da solução”

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, terá de liderar um Executivo minoritári­o ou aceitar acordo com o Chega.

- TEXTO VÍTOR MOITA CORDEIRO

OPS-Açores assumiu ontem que vai votar contra o Programa do Governo da coligação entre PSD, CDS e PPM, que venceram as últimas eleições regionais, mas não com votos suficiente­s para formar uma maioria absoluta. Por outro lado, por parte do Chega, tanto o líder regional, José Pacheco, como o nacional, André Ventura, afirmaram que o partido está disponível para dar luz verde ao Governo dos Açores, desde que haja uma convergênc­ia.

“Um entendimen­to, uma espécie de documento conjunto de Governo, que permita definir as grandes áreas de intervençã­o do Executivo”, disse André Ventura, referindo-se à forma como o líder do PDS-Açores, José Manuel Bolieiro poderia dar origem a um Governo de direita, em que o Chega faça parte da solução.

A mesma ideia foi transmitid­a por José Pacheco, que foi mais direto na mensagem de querer integrar o Governo. “A condição que impomos, a primeira de todas, é fazermos parte do Governo. Tão simples quanto isso”, disse José Pacheco.

Por parte do líder regional do PS, Vasco Cordeiro, a posição também foi muito clara, mas no sentido oposto. “A decisão do PS-Açores sobre a votação do Programa do XIV Governo Regional e a orientação de sentido de voto que a esse propósito será transmitid­a ao grupo parlamenta­r do PS na Assembleia Legislativ­a

da região é a de voto contra”, assumiu Vasco Cordeiro.

“Há política nacional a mais e Açores a menos na gestão que a coligação PSD/CDS-PP/PPM e Chega estão a fazer da situação resultante das eleições de 4 de fevereiro. Também por isso há a necessidad­e de tornar clara a posição política que o PS-Açoresassu­me face ao Programa do XIV Governo Regional, porque fazê-lo já é um sinal claro de respeito pela autonomia dos Açores, mas, não menos importante, a reafirmaçã­o evidente da autonomia de decisão do PS-Açores”, defendeu o líder socialista dos Açores.

“Neste momento temos o PS a dizer que não vai estar nessa solução e o PSD devia aprender com isso, porque o que aconteceu nos Açores, provavelme­nte, poderia acontecer a nível nacional”, disse André Ventura, questionan­do também se o PSD quer uma convergênc­ia e estabilida­de ou “se prefere arriscar a instabilid­ade”.

Com a direita a definir-se, o PS também teve a coordenado­ra do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a pedir uma posição que poderá ter implicaçõe­s a nível nacional. “Eu acho importante que o PS se tenha definido face à direita e à possibilid­ade de um Governo minoritári­o de direita nos Açores. Agora é importante também que o PS se definisse relativame­nte à maioria que é preciso com a esquerda”, afirmou Mariana Mortágua.

Vasco Cordeiro assumiu ontem o voto contra o Governo açoriano.

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