Imran Khan e Nawaz Sharif reclamam vitória no Paquistão
Militares apelaram ao país e aos partidos para “romper com a política de anarquia” e mostrar “maturidade”.
Imran Khan e Nawaz Sharif, ambos ex-primeiro-ministros e rivais políticos, reclamaram ontem a vitória nas eleições gerais paquistanesas, apesar de ainda não serem conhecidos os resultados finais da votação levada a cabo na quinta-feira e que foi marcada por episódios de violência, como já tinha acontecido durante a campanha. O chefe do Exército do Paquistão, país dominado pelos militares desde a sua independência em 1947, apelou ontem ao país para “romper com a política de anarquia”, numa referência a Khan.
Olhando para os resultados parciais anunciados ontem de manhã, os apoiantes do encarcerado Imran Khan, que tiveram de concorrer como independentes pois o partido do ex-primeiro-ministro foi impedido de aparecer nos boletins de voto, superaram as expectativas e conquistaram, até ao momento, o maior número de assentos na Assembleia Nacional – pelo menos 100 lugares, 89 deles garantidamente membros do Movimento Paquistanês pela Justiça de Imran Khan. A Liga Muçulmana do Paquistão de Nawaz Sharif, favorita à vitória, já conquistou 71 lugares. O Partido Popular do Paquistão de Bilawal Bhutto Zardari é o terceiro com 54 lugares. Os restantes deputados foram conquistados por pequenos partidos, sendo que treze dos 266 lugares em jogo ainda não foram atribuídos.
Um vídeo gerado por inteligência artificial foi divulgado ontem pelo partido de Khan, mostrando o ex-primeiro-ministro a reivindicar vitória. “Confiei que todos iriam votar e honraram essa confiança e a vossa comparência massiva chocou toda a gente”, disse Imran Khan. Já Nawaz Sharif optou por convidar “os outros partidos e candidatos vencedores a trabalhar connosco”.
Syed Asim Munir, chefe do Exército do Paquistão, lembrou que “como o povo do Paquistão depositou a sua confiança na Constituição, cabe agora a todos os partidos políticos fazer o mesmo, demonstrando maturidade política e unidade.”