Diário de Notícias

Câmara Pereira reserva-se para a campanha oficial

Ausente de eventos da coligação, o líder do PPM nega mal-estar. Mas por agora vai à Madeira, onde o seu partido tem listas próprias. “A coligação tem um líder, que é Luís Montenegro. Se precisar de mim, com certeza que estarei ao lado dele.”

- TEXTO LEONARDO RALHA

Depois de não ter comparecid­o à apresentaç­ão do programa eleitoral da Aliança Democrátic­a (AD), tal como estivera ausente no programa económico e na Convenção “Por Portugal” (que juntou no Estoril cabeças de lista às legislativ­as e figuras como Paulo Portas), Gonçalo da Câmara Pereira, o presidente do Partido Popular Monárquico (PPM), tem sido comparado a Cacofonix, o “bardo amordaçado” das aventuras de banda desenhada de Astérix, o Gaulês. No entanto, o líder partidário garante ao DN que “não há mal-estar nenhum” e que irá participar na campanha oficial, nas duas semanas antes de 10 de março.

“A coligação tem um líder, que é Luís Montenegro. Se precisar de mim, com certeza que estarei ao lado dele”, disse Gonçalo da Câmara Pereira, que não tem sido visto nos eventos da AD desde a assinatura do acordo de coligação, a 7 de janeiro, no edifício da Alfândega do Porto. Dizendo-se “preocupado com Portugal, que está num caminho que ninguém sabe para onde vai”, o presidente do PPM mantém que “a única hipótese de um governo estável” é com a coligação de centro-direita e está disponível para participar no período oficial de campanha, nomeadamen­te no círculo de Lisboa, onde é o 19.º da lista da AD, num lugar de eleição muito difícil mas não impossível.

Para já, após ter feito campanha para as eleições regionais dos Açores, onde o PPM também integra a AD, contribuin­do para a vitória do social-democrata José Manuel Bolieiro, Câmara Pereira prepara-se para ir à Madeira, ficando “uma ou duas semanas”. É o tempo necessário para montar a campanha dos monárquico­s, que nessa região autónoma terão listas próprias nas legislativ­as de 10 de março, encabeçada­s pelo escultor Paulo Brito. Foi também na Madeira que o PPM obteve os seus únicos 260 votos nas legislativ­as de 2022, querendo agora melhorar o resultado.

As ausências de Câmara Pereira dos principais eventos de pré-campanha da AD, nos quais têm participad­o Nuno Melo e Paulo Núncio, presidente e vice-presidente do CDS-PP, o outro parceiro de coligação do PSD, têm sido supridas por figuras do PPM. A Convenção “Por Portugal” teve entre os oradores o secretário regional do Mar e Pescas dos Açores, Humberto Lopes São João, apontado pelos monárquico­s, e na apresentaç­ão do programa eleitoral da AD foi à Gare Marítima de Alcântara o vice-presidente do PPM,Valdemar Almeida.

Pronto para a campanha oficial, Câmara Pereira diz-se preocupado com o Chega, “um partido que não sabemos o que é e que ideologia tem”, mas não com as críticas da porta-voz do PAN. Na entrevista DN/TSF, Inês de Sousa Real voltou a afastar a hipótese de entendimen­tos com a AD, por ter um partido liderado por alguém que “acha legítimo bater numa mulher”. O presidente do PPM mantém que no programa televisivo em que proferiu a frase polémica “fazia aquela figura”, rematando: “Só ligo às coisas importante­s.”

Líder do PPM foi ao Porto assinar acordo da coligação, mas desde então tem estado ausente

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