Drones ucranianos mudam xadrez no Mar Negro
Há duas semanas foi uma corveta, agora um navio de assalto anfíbio: a Marinha russa acumula perdas, mas mantém poder de fogo.
Afrota russa do Mar Negro continua a encolher. Desta vez foi o navio de assalto anfíbio Tsezar Kunikov o alvo de drones navais ucranianos, tendo afundado quatro quilómetros ao largo de Alupka, uma estância balnear no sul da Crimeia ocupada. Segundo o Estado-Maior ucraniano, o navio de guerra transportava 87 marinheiros. “De acordo com as informações disponíveis, havia munições e a maior parte da tripulação não conseguiu escapar”, disse o porta-voz dos serviços secretos do Ministério da Defesa (GUR), Andriy Yusov. Moscovo não comentou.
Na operação, executada pelo Grupo 13 das operações especiais do GUR, foram usadas as embarcações não-tripuladas de fabrico ucraniano Magura V5 – as mesmas que no início do mês destruíram a corveta Ivanovets. Segundo o porta-voz da Marinha ucraniana, Dmitry Pletenchuk, as missões principais da frota do Mar Negro, após o naufrágio do Ivanovets, passaram a ser proteger as bases na região, acompanhar a navegação civil e formar marinheiros. A frota russa tem sido transferida para portos mais distantes da Crimeia, onde estava situada a sua base, em Sebastopol.
Desde o início da invasão russa, quase há dois anos, a Ucrânia, que ficou praticamente sem Marinha, atingiu mais de 20 navios de guerra e um submarino russos no Mar Negro. Ainda assim, as fragatas Almirante Essen e Almirante Makarov permanecem em funções ofensivas, cada capacidade para transportar até oito mísseis.
“O facto de a marinha russa não poder atuar no Mar Negro à vontade, em comparação com o início desta guerra, é uma mudança fundamental na posição estratégica na região”, comentou um funcionário do Departamento de Estado norte-americano.
Guerra às bananas
O diretor do Serviço Federal de InspeçãoVeterinária e Fitossanitária da Rússia aconselhou os compatriotas a cultivarem bananeiras ao prever uma escassez de bananas dentro de um mês em resultado do embargo decretado às importações do Equador, tendo sido alegada a deteção da praga de uma mosca nalguns lotes. A decisão afeta a economia do Equador, que escoava para a Rússia 20% daquele fruto, o equivalente a mais de 700 milhões de euros por ano.
Na realidade, o que está por trás desta medida é uma resposta ao acordo entre Quito eWashington, segundo o qual os norte-americanos irão ficar com equipamento militar da era soviética – o presidente Daniel Noboa considerou-o “sucata” – e em troca fornecer armamento no valor de 200 milhões de dólares.
O destino de helicópteros, lança-foguetes múltiplos e sistemas de defesa antiaérea até agora ao serviço daquele país sul-americano será a Ucrânia. Moscovo acabou por responder através da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Maria Zakharova lembrou que os países que compram armas suas estão obrigados a não-transferi-las para um país terceiro sem autorização. “O Equador tomou uma decisão irresponsável sob forte pressão de partes interessadas externas”, considerou Zakharova.