Rivais de Khan acordam coligação
Chegou ao fim a incerteza no Paquistão sobre quem vai governar o país. O partido do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, de 74 anos, anunciou em conjunto com outras forças políticas a formação de um governo de coligação que deverá ser liderado pelo irmão mais novo de Sharif, Shehbaz, de 72 anos.
O anúncio aconteceu na sequência de uma reunião com a presença dos irmãos Sharif, da Liga Muçulmana Paquistanesa, e do antigo presidente Asif Ali Zardari, do Partido Popular Paquistanês. “Decidimos que formaremos um governo em conjunto”, declarou Zardari.
O porta-voz da Liga Muçulmana Paquistanesa, Marriyum Aurangzeb, disse que Nawaz Sharif, três vezes primeiro-ministro, indicou o seu irmão para chefe do governo. Shehbaz Sharif substituiu Imran Khan quando este foi destituído do cargo de primeiro-ministro depois de uma moção de censura no parlamento, em 2022.
As eleições de quinta-feira para a câmara baixa do parlamento deram a vitória surpreendente aos candidatos independentes apoiados pelo partido de Khan, o Movimento Paquistanês pela Justiça (PTI), que a justiça impediu de ir a votos. Mas os 93 dos 265 lugares da Assembleia Nacional não foram suficientes para os partidários de Khan – a cumprir várias penas de prisão por corrupção e violação da lei do casamento, foi impedido de concorrer à votação – formarem um governo. A iniciativa de terça-feira dos rivais de Khan surgiu horas depois de o partido de Khan, o PTI, se ter recusado a manter conversações com eles.
De acordo com a Constituição, o presidente do Paquistão, Arif Alvi, deverá convocar a sessão inaugural da Assembleia Nacional antes de 29 de fevereiro, para que os deputados sejam empossados e só posteriormente será escolhido o novo primeiro-ministro.