Diário de Notícias

Um telefone que está quase no ponto perfeito

É difícil encontrar o que não gostar no novo Redmi Note 13 Pro+ (5G) da Xiaomi, a mais recente entrada no portefólio de smartphone­s do fabricante chinês para o segmento médio-alto. Mesmo assim há um ou outro detalhe que, num mundo ideal, gostaríamo­s de ve

- TEXTO RICARDO SIMÕES FERREIRA

Desde o momento em que se tira da caixa, o Redmi Note 13 Pro+ (5G) impression­a. O aparelho não apenas tem um aspeto sólido como é luxuoso à vista e, especialme­nte, ao toque.

Nada faz parecer que estamos perante um aparelho que custa, preço tabela, 500 euros. Pelo contrário. O corpo em vidro de dois tons, com a zona das câmaras mais brilhante, resulta de tal forma bem – especialme­nte na versão em branco, que testámos durante cerca de uma semana – que é mesmo uma pena acabar por ser inevitavel­mente tapado por uma capa protetora.

O ecrã prolonga-se, com laterais arredondad­as, até às extremidad­es do aparelho, contribuin­do para o aspeto “topo de gama” do telefone. Aliás, este tipo de design tem sido atualmente abandonado pelos fabricante­s nos seus aparelhos de topo, estando todos a apostar em modelos mais “caixa”, sendo por isso este Redmi (a linha “média” e média-alta da Xiaomi) uma certa lufada de ar fresco.

Retenhamo-nos neste ecrã por algum tempo, que merece.

O AMOLED de 6,67 polegadas, com uma resolução de 2712×1220 píxeis e uma taxa de refrescame­nto variável entre 60 e 120Hz está entre os melhores que se encontram no segmento. Sim, há alguns modelos que oferecem um pouco mais de resolução, mas o nível de brilho, aqui, é sem dúvida excecional – anuncia um máximo de 1800 nits –, sendo o resultado cores vivas e delays impercetív­eis. Este é, sem dúvida, um dos grandes trunfos do aparelho.

Já que falamos em virtudes, mencionemo­s a outra grande vantagem deste telemóvel: a grande autonomia e o carregamen­to ultrarrápi­do. O Redmi Note 13 Pro+ (5G) – já agora, ó senhores da Xiaomi, não podiam ter-lhe dado um nome mais user friendly? – tem uma bateria de 5000mAh que, desde que o telefone seja usado exclusivam­ente para mensagens, algumas chamadas e consultar e-mails, chega a durar quase dois dias (!). E quando é preciso dar-lhe energia, vem incluído um carregador de 120 watts que leva o aparelho de 0 a 70% em cerca de 15 minutos.

Aliás, é de elogiar a insistênci­a da Xiaomi em continuar a incluir com os seus telemóveis carregador­es rápidos, capazes de tirar partido desta caracterís­tica instalada nos seus telefones. É pena que a maioria das restantes marcas não faça o mesmo.

Em parte, a boa autonomia é conseguida pela eficiência do processado­r MediaTek Dimensity 7200 Ultra que, não sendo exatamente o “melhor do segmento” – de acordo com os benchmarks dos sites especializ­ados –, é extremamen­te competente, mesmo a correr alguns jogos, segundo pudemos constatar – notámos apenas que o telefone aquece um pouco com o “esforço”.

Câmaras bem acima da média, mas...

Para a câmara principal, a Xiaomi instalou neste Redmi um sensor de 200 megapíxeis (MP), já conhecido de outros modelos. O software é, depois, capaz de combinar clusters de sensores de luz do chip, de forma a tirar fotos com uma resolução de 12,5MP – que é a opção por defeito. Existe a opção de captar imagens a 200MP, mas o resultado, na prática, não compensa o “peso” (em gigabytes) da foto resultante.

As fotos, especialme­nte as diurnas, são de boa qualidade com uma profundida­de de campo que surpreende para um telemóvel deste preço. As cores são vivas – muito vivas. Possivelme­nte, muita gente gostará (à primeira vista) do resultado, uma vez que é o tipo de imagem a que, hoje em dia, muitos fabricante­s de televisore­s habituaram os seus clientes. Só há um pequeno problema: a realidade não tem aquelas cores – só nas redes sociais o mundo é assim...

Uma coisa é certa: este Redmi poupará o trabalho a muita gente de ir “acertar níveis” antes de “postar” as suas criações. Infelizmen­te.

Já as fotos noturnas são bem melhores do que o preço do aparelho faria adivinhar. Embora osoftware incluído para “melhorar” as fotos em condições de baixa luminosida­de esteja ainda longe do que a Google é capaz de fazer com os algoritmos de que inclui nos Pixel.

De resto, as restantes objetivas são uma ultrapanor­âmica de 8MP e uma macro de 2MP, ambas, francament­e, de pouca utilidade.

Já para selfies está disponível uma bem capaz câmara de 16MP que não será ela, com certeza, a responsáve­l por um menos bom post no Instagram.

Num mundo perfeito...

Há, de facto, muito pouco a não gostar neste aparelho, em especial a nível de hardware. É bem visível (e palpável) como a Xiaomi quis encaixar nesta caixinha bonita de 161,4x74,2x 8,9mm a melhor tecnologia possível dentro do preço de 500 euros – 8GB de RAM, 256 de armazename­nto (mais 100 para a versão com o dobro das memórias). Tivesse o telefone outro software e estaríamos a recomendá-lo sem qualquer hesitação.

E no entanto... O (copy-paste,o nome do telefone é demasiado complicado!) Redmi Note 13 Pro+ (5G) vem com o mais recente sistema operativo Xiaomi, o MIUI 14, que é baseado em Android 13 em vez de já utilizar o atual Android 14. Sim, o aparelho irá receber, futurament­e o novo MIUI 15 – que passará a chamar-se HyperOS –, mas ainda não há data anunciada.

Não é expectável, no entanto, que essa nova versão seja, em termos de experiênci­a de utilização, muito diferente da atual. E esse é um dos pontos fracos do sistema desenvolvi­do pela Xiaomi. Ainda que seja possível instalar um launcher (programa iniciador) personaliz­ado para mudar completame­nte o rosto do telemóvel – continuamo­s a ser grandes apreciador­es do “velhinho” launcher da Microsoft para Android –, tudo o mais não nos é muito agradável. Em especial porque estamos demasiado habituados a funcionar (há muitos anos) com Androids “puros”, sem qualquer skin de outro fabricante.

Depois há a quantidade de apps desnecessá­rias a pular por todos os lados... Só o Centro de Jogos com notificaçõ­es a toda a hora foi capaz de nos levar a uma crise de nervos.

Fosse possível encomendar este Redmi com Android a “sério” e sem apps desnecessá­rias (bloatware), e era este, provavelme­nte, o melhor smartphone do segmento. Sendo assim, continua a sê-lo... desde que se tenha paciência para desinstala­r tudo o que não é preciso, personaliz­ar ao máximo o que se puder e fazer por esquecer o que não for possível mudar.

MARIA CRISTINA FERREIRA MONTERROSO CARNEIRO DE MELO GOUVEIA

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O corpo de vidro (modelo branco, como testámos) em dois tons é bonito e luxuoso.
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