Israel ataca em todas as frentes na Faixa de Gaza
Exército fez incursão “precisa e limitada” no Hospital Nasser alegadamente para resgatar reféns. Médicos Sem Fronteiras denunciam ordem para abandonar o local, que abriga milhares de deslocados.
Esta quinta-feira foi marcada por ataques levados a cabo por Israel de norte a sul da Faixa de Gaza, com especial destaque para a entrada no Hospital Nasser, em KhanYunis, o maior estabelecimento de saúde ainda em funcionamento no enclave palestiniano. Telavive fala numa incursão “precisa e limitada”, enquanto as autoridades de saúde controladas pelo Hamas dizem que o hospital foi transformado num “quartel militar”.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) invadiram ontem as instalações do Hospital Nasser, na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, justificando ter “informações confiáveis” de que poderiam estar reféns nas instalações, bem como corpos de sequestrados pelo Hamas a 7 de outubro. De acordo com o porta-voz da FDI, Daniel Hagari, os soldados israelitas estavam a levar a cabo uma operação “precisa e limitada” e que não iriam retirar à força do local médicos ou doentes. Hagari disse ainda que as tropas israelitas têm formação específica para “este tipo de operações” e que têm ordens para evitar danos a civis, garantindo que tinham estabelecido um corredor seguro para retirar os civis do Hospital Nasser.
Segundo a Reuters, vídeos feitos no hospital mostravam imagens de caos, gritos e tiros em corredores escuros cheios de pó e fumo, com homens a caminhar usando as luzes dos telemóveis. A certa altura de um vídeo, ouviram-se tiros e um médico gritou: “Ainda há alguém lá dentro? Há tiros, há tiros – cabeça baixa.” Já a Associated Press, citando fontes médicas, disse haver registo de pelo menos um morto e seis feridos, todos pacientes que estavam a ser tratados no hospital.
As informações dadas pelo Exército israelita foram desmentidas pelo Hamas e por organizações independentes. “O Exército de ocupação israelita invadiu o complexo médico Nasser e transformou-o num quartel militar depois de demolir o muro para entrar”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qidra, numa declaração publicada nas redes sociais pelo gabinete de imprensa das autoridades de Gaza.
Este responsável acusou ainda o Exército israelita de “atacar a zona das ambulâncias e as tendas dos deslocados” que se encontram no hospital, acrescentando que os soldados estavam “a forçar civis e as famílias dos técnicos de saúde a sair sob ameaças”. “A ocupação pediu à administração do complexo médico Nasser que transferisse todos os pacientes, incluindo aqueles que estão nas unidades de cui