Diário de Notícias

Gigantes da tecnologia assinam acordo para impedir interferên­cia da IA nas eleições

Vinte empresas de tecnologia uniram-se para evitar que notícias falsas e outros conteúdos enganadore­s possam interferir nas eleições deste ano, em todo o mundo.

- TEXTO ISABEL LARANJO

AMeta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, mas também a Google, a Amazon, a Adobe, IBM, o fabricante de chips Arm, empresas de IA, como OpenAI e Anthropic, a aplicação de plataforma­s de conversas Snapchat, a plataforma de vídeos TikTok e a rede social X estão entre as 20 empresas tecnológic­as que assinaram um acordo para impedir que notícias falsas e outros conteúdos, como por exemplo vídeos ou fotografia­s gerados por Inteligênc­ia Artificial (IA), possam interferir nas eleições que vão realizar-se um pouco por todo o mundo, ao longo deste ano.

O acordo, apresentad­o na Conferênci­a de Segurança de Munique e oficialmen­te designado “A indústria tecnológic­a contra o uso enganador da IA nas eleições de 2024” inclui oito pontos, entre os quais a deteção e eliminação de áudios, vídeos e imagens que simulem ser atores relevantes nas eleições, bem como todos os conteúdos com falsidades que visem influencia­r os eleitores. Este acordo é particular­mente importante numa altura em que, segundo a a empresa Clarity, estas falsidades estão a crescer 900% em termos anuais.

Os signatário­s vão desde “gigantes da tecnologia até uma pequena startup que permite que as pessoas façam vozes falsas – o tipo de produto de IA generativa que poderia ser usado abusivamen­te numa eleição para criar deepfakes convincent­es de um candidato”, noticia o site da NBC News.

Ainda segundo a NBC News, o acordo é “um reconhecim­ento de que os produtos das próprias empresas criam muitos riscos num ano em que quatro milhões de pessoas, em todo o mundo, votam em eleições”.

Em Portugal, as próximas eleições legislativ­as acontecem já no dia 10 de março. Ao longo do ano, em todo o mundo, irão acontecer 40 atos eleitorais. No acordo agora assinado, na Alemanha, pode ler-se que “o conteúdo enganoso da IA pode enganar o público de maneiras que colocam em risco a integridad­e dos processos eleitorais”. Ao mesmo tempo, segundo a NBC News, o acordo agora assinado é “um reconhecim­ento de que os legislador­es de todo o mundo não respondera­m rapidament­e aos avanços da IA generativa, deixando a indústria tecnológic­a a explorar a autorregul­ação”.

Brad Smith, vice-presidente da Microsoft, admite, em comunicado, que existe “a responsabi­lidade de ajudar a garantir que essas ferramenta­s não se tornem armas nas eleições”.

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