Gigantes da tecnologia assinam acordo para impedir interferência da IA nas eleições
Vinte empresas de tecnologia uniram-se para evitar que notícias falsas e outros conteúdos enganadores possam interferir nas eleições deste ano, em todo o mundo.
AMeta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, mas também a Google, a Amazon, a Adobe, IBM, o fabricante de chips Arm, empresas de IA, como OpenAI e Anthropic, a aplicação de plataformas de conversas Snapchat, a plataforma de vídeos TikTok e a rede social X estão entre as 20 empresas tecnológicas que assinaram um acordo para impedir que notícias falsas e outros conteúdos, como por exemplo vídeos ou fotografias gerados por Inteligência Artificial (IA), possam interferir nas eleições que vão realizar-se um pouco por todo o mundo, ao longo deste ano.
O acordo, apresentado na Conferência de Segurança de Munique e oficialmente designado “A indústria tecnológica contra o uso enganador da IA nas eleições de 2024” inclui oito pontos, entre os quais a deteção e eliminação de áudios, vídeos e imagens que simulem ser atores relevantes nas eleições, bem como todos os conteúdos com falsidades que visem influenciar os eleitores. Este acordo é particularmente importante numa altura em que, segundo a a empresa Clarity, estas falsidades estão a crescer 900% em termos anuais.
Os signatários vão desde “gigantes da tecnologia até uma pequena startup que permite que as pessoas façam vozes falsas – o tipo de produto de IA generativa que poderia ser usado abusivamente numa eleição para criar deepfakes convincentes de um candidato”, noticia o site da NBC News.
Ainda segundo a NBC News, o acordo é “um reconhecimento de que os produtos das próprias empresas criam muitos riscos num ano em que quatro milhões de pessoas, em todo o mundo, votam em eleições”.
Em Portugal, as próximas eleições legislativas acontecem já no dia 10 de março. Ao longo do ano, em todo o mundo, irão acontecer 40 atos eleitorais. No acordo agora assinado, na Alemanha, pode ler-se que “o conteúdo enganoso da IA pode enganar o público de maneiras que colocam em risco a integridade dos processos eleitorais”. Ao mesmo tempo, segundo a NBC News, o acordo agora assinado é “um reconhecimento de que os legisladores de todo o mundo não responderam rapidamente aos avanços da IA generativa, deixando a indústria tecnológica a explorar a autorregulação”.
Brad Smith, vice-presidente da Microsoft, admite, em comunicado, que existe “a responsabilidade de ajudar a garantir que essas ferramentas não se tornem armas nas eleições”.