PP revalida maioria absoluta na Galiza
Com 96% dos votos contados, Rueda perde dois deputados, mas evita o desaire apontado por algumas sondagens, que davam a maioria à esquerda.
OPartido Popular (PP, direita) revalidou ontem a maioria absoluta nas eleições autonómicas da Galiza. Com 96% dos votos contados, o PP surgia com 40 dos 75 lugares no Parlamento Regional, à frente do Bloco Nacionalista Galego (BNG), que tinha 25. Os socialistas não iam além dos nove representantes, enquanto a Democracia Ourensana, um partido de âmbito local, conquistava um lugar. A confirmar-se o resultado após a contagem de todos os votos, a Galiza continuará a ser a única região autonómica espanhola onde o Vox não consegue entrar.
O PP, liderado por Alfonso Rueda, perde dois deputados, mas evita o descalabro apontado por algumas sondagens que punham a hipótese de, apesar de ganhar, poder perder a maioria absoluta para a esquerda. O que seria um revés para o anterior presidente da Xunta, Alberto Núñez Feijóo, que conseguiu as quatro maiorias absolutas anteriores e que em 2022 trocou a Galiza pela liderança nacional do PP.
Já o Bloco Nacionalista Galego, liderado por Ana Pontón, mantém-se como segunda força política, ganhando seis deputados, beneficiando também da queda dos socialistas galegos, de José Gómez Besteiro, que perdem cinco eleitos. O Parlamento Regional passa dos atuais três partidos para quatro, com a entrada do Democracia Ourensana, que está à frente na província e município de Ourense, onde tem acordos com o PP.
O único lugar em risco de poder mudar com o fim da contagem de votos era precisamente em Ourense, onde o PSOE estava a menos de 120 votos de ganhar ao PP. Mas, mesmo perdendo eventualmente um deputado, Rueda ainda conseguirá manter a maioria absoluta (só precisa de 38 eleitos) e voltar a ser presidente da Xunta.
Por outro lado, o Parlamento galego manter-se-á como o único em toda a Espanha sem extrema-direita, com o Vox a não conseguir eleger um representante. Mas também não há espaço para o Sumar, da vice-presidente do governo espanhol, Yolanda Díaz, ou para o Podemos.
A participação rondou os 67%, quase 20 pontos percentuais acima da registada nas eleições de 2020.